Edvaldo Corrêa

Mercado imobiliário de Londrina segue com demanda e valorização

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Solar di Ravello - parceria pelos Programas Minha Casa Minha Vida e Casa Fácil

O percentual de famílias que possuem interesse em adquirir imóveis nos próximos 24 meses no Sul do Brasil foi de 30,77 %, conforme levantamento da Datastore realizado no último trimestre do ano passado. Este indicador acena para a existência de uma área de alta demanda e valorização, onde para Marcus Araújo, CEO da Datastore, “só atrairão clientes aqueles empreendimentos com forte trabalho e recall de marca e que entreguem muito mais do que imóveis”.

Porque investir em imóveis residenciais em Londrina

No próximo Censo Demográfico do Governo Federal, Londrina (Norte do Paraná), deverá chegar a uma população de cerca de 569 mil habitantes, mantendo a posição de liderança entre os cinco maiores municípios do Sul do Brasil. Além disso, Londrina é o 3º município mais rico do Estado do Paraná e o 47º no país, segundo divulgação recente do IBGE. Esta força leva Londrina a apresentar um forte potencial para investimentos no mercado imobiliário.

Para entender a dinâmica do mercado imobiliário local, conversamos com Paulo Eduardo de Oliveira, vice-presidente Regional Norte do Sindicato da Habitação e Condomínios (Secovi), que elencou alguns fatores que contribuem para a atração de investimentos e consequentemente de profissionais para a região. Ele destaca que “Londrina tem uma posição estratégica com ligação a importantes polos econômicos do país via terrestre e aérea, uma economia pujante e diversificada, boa infraestrutura de serviços públicos e uma ótima qualidade de vida (parques, vales, praças e lago)”.

Ainda, Oliveira descreve algumas localidades que têm tido mais procura e valorização, como por exemplo o Jardim Bela Suíça (perto do Hospital do Coração), regiões próximas ao Lago Igapó, o final da Avenida Pioneira, a Gleba Palhano (processo de elitização) e os terrenos atrás da Universidade Estadual de Londrina. Existe “uma demanda por imóveis de alto padrão, com tickets entre 2 a 5 milhões de reais. E de produtos premium, com áreas entre 60 e 75 m², com tickets na ordem de 400 a 600 mil reais. Quanto aos imóveis na linha econômica se mantiveram estáveis e precisam da manutenção de subsídios e incentivos governamentais como o Casa Fácil e o Minha Casa Minha Vida para serem viáveis. Neste perfil, a expectativa maior é para os bairros de borda do município e até para Ibiporã, Cambé e Arapongas, alguns dos municípios limítrofes”, reforça.

Apesar dos desafios setoriais e sistêmicos, tais como incertezas econômicas, escassez de mão-de-obra, custos elevados de construção e terrenos supervalorizados, há um ritmo de produção do mercado residencial londrinense na busca de atender a demanda e entregar imóveis com qualidade. 

Aposta em soluções de compartilhamento para a nova economia

Conversamos com Luis Rogério Venturini, Diretor Estatutário e Comercial do icônico Grupo A. Yoshii que tratou da faixa de atendimento do primeiro imóvel. Para suprir esta demanda, o grupo tem a YTICON, que possui em seu portfólio 39 empreendimentos, com 9694 unidades e 943 mil m2 de obras, entre obras concluídas e em execução. Ela atua em Londrina, Maringá e Campinas, com três linhas de produtos.

No Minha Casa Minha Vida acabou de entregar o Solar de Ravello, na Gleba Esperança, com 15 blocos com 4 andares cada, em localização estratégica (próximo da UEL e condomínios horizontais de luxo). São 240 apartamentos com 44 m² de área privativa. A empresa possui tecnologia própria de construção que permite flexibilidade de tipologias e boa competitividade de custos. A adoção de áreas de economia compartilhada como bicicletário e ferramentas, além de área de lazer com piscinas, quadra poliesportiva, churrasqueiras cobertas e playground, foram diferenciais importantes. O Solar de Ravello teve 100% das unidades vendidas ainda na fase de construção.

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Solar di Ravello – parceria pelos Programas Minha Casa Minha Vida e Casa Fácil | Divulgação/Yticon

A Yticon também atua com produtos nas linhas Smart (50 m2) e Hype (80 m2). Este último voltado a um público mais jovem, com a planta oferecendo quarto com suíte, adotando um conceito ainda mais amplo de economia compartilhada denominado Compartycon (lavanderia coletiva, ferramentas, materiais esportivos e bicicletas compartilhadas e área para delivery). Há uma grande valorização das áreas comuns, com paisagismo diferenciado, piscinas e churrasqueiras, mas, com taxas de condomínio reduzidas.

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Compartycon | Divulgação/Yticon

Um dos empreendimentos recém entregues neste perfil é o Enjoy, localizado ao lado do Shopping Catuaí. Plantas com 54 ou 70 m², com 2 ou 3 quartos. 

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Enjoy | Divulgação/Yticon

Venturini ressalta alguns diferenciais da YTICON como “a entrega no prazo, posicionamento da marca, entrega de valor agregado pelo mesmo preço, excelentes terrenos no landbank e um local exclusivo para atendimento aos clientes”. O executivo destaca que dentro do Grupo A. Yoshi é “alto o investimento em governança, sustentabilidade, na educação e em inovação, com participação ativa da presidência. Somente neste ano a empresa entregará 4 obras, com 8 lançamentos previstos nas regiões de atuação. E alerta que a demanda continuará alta por imóveis e os próximos anos serão promissores. Existe público qualificado e sedento por produtos de qualidade.”

Mercado concorrido e exigente 

A curitibana Pride, empresa de dez anos, também fincou sua bandeira em Londrina. Somente em 2022 a empresa aumentou o seu Valor Geral de Vendas (VGV) em 52% em comparação ao ano anterior. Em Londrina, segundo Thiago Kuntze, sócio da construtora, a Pride “estruturou um centro administrativo regional, que é responsável por gerenciar o Norte do Paraná (cidades de Londrina, Ibiporã, Apucarana e Campo Mourão), contando com equipes nas áreas comercial, engenharia, suprimentos, RH e finanças”.

No final do ano passado a empresa entregou o London Park, na Zona Norte. São 420 unidades, com área comum contendo piscina, salão de festas, dois playgrounds, muro de escalada para crianças, quadra esportiva, quiosque com churrasqueira, bikeshare, horta, pomar, espaço pet, área de descanso, redário, academia ao ar livre e pista de caminhada, todas mobiliadas e equipadas. A proposta do London Park foi de um residencial voltado para famílias que buscavam sair do aluguel e conquistar seu primeiro imóvel.

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Fachada London Park | Divulgação/Pride

A Pride já está no seu 7º lançamento em Londrina desde outubro/2019, totalizando 2.320 apartamentos lançados. Dois exemplos de empreendimentos que atendem este perfil de entrada e estão em fase de construção são o London Red e o London Palace. Kuntze comentou que “no segundo semestre de 2023  lançaremos mais 720 apartamentos. Nosso VGV realizado anual médio é de R$ 110 milhões por ano em Londrina”.

A empresa conseguiu entender bem a dinâmica do mercado local, pois, Kuntze lembrou que “o londrinense é um público bastante exigente e o mercado mais concorrido do Estado. Oferecemos empreendimentos bastante completos, sendo a segurança o item essencial, seguido pela planta e áreas comuns, em especial a piscina. Os clientes também valorizam o espaço de sacada gourmet com churrasqueira para socializar com a família e amigos. Outro ponto relevante é que a cidade é quente. E, claro, há valorização da estrutura para ar condicionado, ventilação nos apartamentos e piscina na área comum”. Para ele, “Londrina continuará tendo um papel importante para a companhia, sendo a matriz para todos os negócios do Norte do estado, pois, temos um landbank de R$700 milhões de VGV na cidade para lançar nos próximos três anos”.

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‘Novo’ modelo de negócio

Outra empresa que tem buscado um papel de protagonismo em Londrina é a Vitta Residencial. A empresa tem mais de 27 mil unidades lançadas e 14 mil unidades entregues no Brasil. Falamos com Gustavo Brambilla Baggio, sócio regional da empresa, que comentou que a Vitta “está no mercado de Londrina desde 2019, expandindo o modelo de negócio de sucesso que teve em outras praças. A empresa adota a figura de um sócio regional, que tem liberdade para encontrar e implementar oportunidades de negócios. Londrina, apesar de ter um mercado maduro, ainda tem uma boa demanda habitacional no primeiro imóvel, comparativamente a outras praças que a empresa atua”.

Um exemplo de empreendimento de sucesso da Vitta na região é o EVER, na Zona Norte. São duas torres no Norte Shopping, com 268 unidades, com preço médio na ordem de 270 mil reais. A empresa apostou na área de lazer (paisagismo, guarita climatizada, automação condominial, dois elevadores por torre, play kids, espera de segurança para pedestres, piscinas adulto e infantil, praça, quadra de areia, solarium, salão de festas, pet care, academia, sala de jogos e cinema, home share (unidade para visitantes), brinquedoteca, mercado e muito mais.

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O empreendimento teve 50% das unidades vendidas do empreendimento em apenas três meses. Ela tem alguns desafios como adquirir novos terrenos (supervalorizados) e encontrar mão-de-obra e fornecedores para executar blocos de alvenaria estrutural em concreto (mercado adota muito paredes de concreto).

O próximo lançamento da Vitta e que deve surpreender é o Velatto, próximo ao aeroporto, na Rua Lázaro Zamenhof, 777. Serão 1800 unidades, faseados e que serão vendidos pelo ticket do Minha Casa Minha Vida que é da ordem de 219 mil reais.

Baggio acredita que “Londrina será uma das praças mais relevantes do grupo com possibilidade de em um período de dois a três anos entregar de 800 a 1000 unidades por ano”, destaca.

Londrina possui uma indústria imobiliária competente, formada por empresas que têm conseguido acompanhar as principais demandas do mercado e também um público consumidor maduro. O poder público também tem reforçado esta interação com o setor produtivo, construindo um rol de projetos e leis que ajudarão a desenvolver ainda mais a região, atraindo ainda mais investidores e quem quer morar bem.

Sobre o autor

Edvaldo Corrêa (@edvaldocorrea) é tecnólogo em Construção Civil, Corretor de Imóveis, Licenciado em Educação Profissional e Pós-graduado em Gestão de Instituições de Ensino Técnico. Tem mais de 30 anos de experiência em empresas de educação, consultoria e construção civil. Trabalhou em empresas como Senai, Sebrae, Pini, Pioneira da Costa, Grupo Noster e TecVerde, em cargos técnicos e executivos. Hoje atua como Advisor, Consultor e Palestrante em temas voltados a Gestão e Inovação para empresas de toda a cadeia produtiva da construção.