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Quero que VAR se ferrar!

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Foto: Matheus Meyohas/CBF

Por Mauro Mueller

Era 2017 e o Campeonato Pernambucano de Futebol usava a tecnologia do árbitro de vídeo pela primeira vez no Brasil. Como a minha escola esportiva de base é o voleibol, gostei muito da ideia desta ferramenta tira-teima, porque no vôlei já era usado com muito sucesso desde 2010. Mas, eu também sei que a cultura do futebol e voleibol são totalmente diferentes.

No vôlei nunca teve alambrado, não se invade o campo de jogo, os jogadores não querem apitar a partida, um jogador machucado não fica deitado parecendo que vai morrer, o técnico não mete o dedo na cara do árbitro e eu poderia citar muitas diferenças de comportamento nesta comparação.

Uma tecnologia criada para tirar dúvidas do árbitro de campo causou ainda mais dúvidas em todos nós. Acredito que está causando dúvidas até em quem está com o apito na boca. No programa Show de Bola, da Rede Massa temos o comentário da ex-árbitra Nadine Basttos, e todas as segundas-feiras ela comenta sobre alguma confusão causada pelo VAR. Seja na interpretação que o árbitro de vídeo não concorda com o árbitro de campo, como também na própria falha da tecnologia.

Sim, o VAR já apontou falhas na linha de impedimento, na colocação da câmera em lances capitais, quem está no vídeo parece impor uma decisão ao árbitro de campo, que é quem deveria decidir e acaba apenas acatando e mais. Um bandeira está deixando de se responsabilizar pelo seu trabalho, esperando a definição para que o vídeo seja o culpado, caso haja um impedimento. O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, admitiu falhas e até o momento que estou escrevendo, nada de concreto foi feito para reparação.

Eu já adianto a minha posição. Fora VAR. Eu, que apoiei a instalação desta tecnologia, acabo me rendendo aos protestos do futebol raiz e não gostei desta brincadeira. A tecnologia implantada foi um fracasso e precisa pedir desculpas ao consumidor de futebol, sair de cena e nunca mais voltar a incomodar os gramados. Inventem outra solução, parem com o VAR imediatamente, abortem a missão. Não há mal nenhum nisto e pior será permanecer no erro. Quero que VAR se ferrar!

Sobre o autor

Filho de radialista, Mauro Mueller começou sua carreira no rádio, aos 14 anos e já trabalhou nas principais emissoras de Curitiba e São Paulo. É músico, compositor, poeta, cronista e contista. Também é palhaço e ator. A sua relação com o jornalismo esportivo começou em 2001, quando coordenava a Rádio Transamérica de Curitiba e implantou um projeto inovador para o rádio esportivo. Está no Show de Bola desde sua estreia, em 2010.