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EBC inaugura banda estendida FM e estreia programação em 5 capitais

Glen Valente, diretor-presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação)
Glen Valente, diretor-presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação)

Empresa recebeu certificado de pioneirismo em radiodifusão

Empresa Brasil de Comunicação (EBC) estreia hoje (7), em cinco capitais brasileiras, na chamada banda estendida FM. A nova frequência de transmissão é a 87.1 FM. Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e Recife já podem sintonizar na nova frequência.

No evento de inauguração da banda estendida, o secretário de Radiodifusão do Ministério das Comunicações, Maximiliano Martinhão, celebrou “o trabalho cooperativo e o empenho dos agentes públicos que demonstra resultado efetivo”. O presidente da EBC, Glen Valente, recebeu um certificado de pioneirismo concedido pelo governo federal em reconhecimento aos serviços de radiodifusão da empresa.

“Hoje é um dia histórico que reforça nosso compromisso com as plataformas. Muito trabalho, muita dedicação para conseguir esse momento histórico da Semana das Comunicações”, afirmou o presidente.

“Com essa ampliação, teremos mais 60 canais de rádio [de todo o país] – atendendo a uma demanda antiga do setor. Tudo isso só foi possível graças aos esforços da equipe de radiodifusão do Ministério das Comunicações e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Mais uma vez, o governo demonstra sensibilidade com o setor, garantindo a continuidade das transmissões de rádio”, afirmou o ministro das Comunicações, Fábio Faria, por meio de mensagem divulgada por ocasião da inauguração das transmissões.  

No Rio de Janeiro, a 87.1 FM veiculará a tradicional Rádio Nacional – que mantém também a programação em AM. Nas outras cidades, a grade será composta por produções das três emissoras: Rádio Nacional AMRádio Nacional FM e Rádio MEC. “Teremos uma mostra bem variada do potencial do que é feito nas emissoras de rádio da EBC”, afirmou o gerente executivo da Rádio Nacional, Luciano Seixas.

Glen Valente, diretor-presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação)

Excepcionalmente em Brasília, que já possui a transmissão da Rádio Nacional na frequência 96.1 FM, o conteúdo que será veiculado na faixa estendida será o mesmo da Rádio MEC do Rio de Janeiro – também veículo da EBC.

Luciano Seixas explica que o impacto da transição de AM para a banda estendida FM pode ser sentido dos dois lados: tanto para os ouvintes, que ganham mais qualidade sonora, quanto do lado operacional, que diminui custos. “O som de FM é reconhecidamente de melhor qualidade. É um som estéreo com qualidade digital. Operar uma rádio AM é uma despesa muito maior, inclusive do ponto de vista elétrico, de transmissores e de manutenção”, explicou.

Para o presidente da empresa, Glen Valente, apesar de ser o mais antigo dos meios de comunicação, o rádio continua tendo papel eficaz na formação da cidadania e na educação dos brasileiros. “Temos uma visão de que rádio é um veículo importante dentro de todas as plataformas que temos na EBC. Fizemos investimentos colocando a Rádio Nacional na TV Brasil, melhoramos A Voz do Brasil, temos ondas curtas para a Amazônia. Faz parte dos objetivos estratégicos da EBC”, informou.

“Quando apareceu a oportunidade de a EBC participar da expansão via banda estendida, nos prontificamos a fazer parte dessa inovação capitaneada pelo Ministério das Comunicações. Expandir nosso alcance é estratégico e importante”, complementou.

A logística para transmissão e produção de conteúdo para a banda estendida – além da certificação de pioneirismo – contaram com a cooperação da Empresa Mineira de Comunicação (EMC) e a Empresa Pernambuco de Comunicação (EPC), participantes da Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP), que viabilizaram o lançamento em cidades que não contam com estrutura física da EBC.

A ação faz parte da Semana Nacional das Comunicações, iniciativa do Ministério das Comunicações que visa mostrar para a sociedade brasileira os projetos que vão acelerar os processos tecnológicos de digitalização de todos os meios: rádio, com a banda estendida FM;  televisão, com a digitalização do sinal em áreas remotas em todo o território nacional; e na internet, com o leilão do 5G e ampliação do 4G para áreas do chamado deserto digital. “São muitas ações, que têm como objetivo principal melhorar nossa capacidade e alcance de comunicação. Foi um desejo somando as necessidades da iniciativa privada com as necessidades de atividades públicas. Essa combinação é um modelo de amplo ganho”, explicou Glen Valente sobre a Semana das Comunicações.

Histórico das frequências

Iniciadas em 1923 no Brasil, as transmissões na frequência de AM enfrentam há anos um problema: em grandes centros urbanos, a recepção AM sofre interferências diversas que diminuem a qualidade das transmissões.

Para resolver a questão, o governo tenta, desde 2013, aumentar a banda de frequência modulada FM – que atualmente está totalmente ocupada por canais de rádio – para comportar parte das transmissões AM, que deveriam ser usadas apenas em regiões de menor densidade populacional, como regiões rurais e fronteiriças.

Com a transição do sinal analógico para o sinal digital de televisão, parte da frequência analógica ficou disponível. O que, segundo o secretário de radiodifusão do Ministério das Comunicações, Maximiliano Martinhão, resolveu o problema.

Segundo Martinhão, dez emissoras em sete capitais já estão prontas para migrar para a banda estendida FM e iniciarão os transmissores nas novas frequências já no começo deste mês. São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro, Salvador e Recife serão as primeiras a testar as novas variações de espectro da banda estendida.

“As rádios que operam em AM em áreas urbanas poderão migrar para FM. Isso é importante porque há muitas interferências na AM, o que prejudica a experiência do usuário. Cai a audiência, cai o interesse na atividade econômica na AM. Com essa transição para a FM, mais rádios e empresas entram no mercado com qualidade e oferecem melhores serviços para o cidadão”, informou.

Monitor de volume, Loudness Monitor

Segundo Martinhão, o Ministério das Comunicações tem mais de 1,6 mil requisições de transição de AM para FM. A pasta espera avaliar todas e entregar os laudos de viabilidade até dezembro de 2022.

“Esse é um processo que corre desde 2013. Coube ao governo federal concluir este processo. Tivemos que preparar todos os canais, promover ajustes de contratos com emissoras e, junto com políticas industriais, planejar [receptores para] carros e equipamentos domiciliares que já sejam compatíveis à faixa estendida”, disse Martinhão.

Banda de TV e rádio

Segundo o secretário de Radiodifusão, a frequência dos antigos canais 5 e 6 de televisão aberta coincide com o espectro necessário para as rádios. A banda FM atualmente funciona de 88 a 108 megahertz (MHz). Com o desligamento analógico, a banda passará a ser de 76 a 108 MHz – exatamente os 12 MHz que anteriormente eram ocupados pelos canais desativados. Esse processo de ampliação é chamado de banda estendida FM.

Os aparelhos de rádio mais modernos já pegam a faixa estendida a partir de 76.1 MHz. E toda a programação das Rádios EBC ainda pode ser acompanhada pelo site radios.ebc.com.br e pelo aplicativo Rádios EBC, disponível nas lojas virtuais (Apple Store e Google Play).

Fim da AM?

Martinhão argumenta que a ação, ao contrário do que possa parecer, não significa a extinção das rádios que operam em AM, mas a adequação às funções originalmente pensadas para a frequência. “Em um país com dimensões continentais, eu ouso dizer que a AM tem uma função importantíssima – de levar informação aos rincões brasileiros. O que estamos fazendo é ajustando o uso das frequências de acordo com suas funções, algo que vem sendo pedido pela sociedade há muito tempo”, explicou.

Rádios comunitárias

De acordo com o Ministério das Comunicações, o processo de migração de faixas não vai afetar as transmissões das rádios comunitárias, sem fins lucrativos. O órgão está recebendo pedidos de outorgas tanto para atuação em AM quanto FM. “As rádios comunitárias têm previsão em lei e não sofrerão nenhum tipo de alteração. Existem questões técnicas que estão sendo resolvidas para essa modalidade de radiodifusão, mas nada que trate sobre a banda estendida FM alterará as rádios comunitárias.”

Todas as empresas que atuam no ramo de radiodifusão poderão pedir a transição de suas frequências de AM para FM. O processo – totalmente feito por meios eletrônicos – deve ser solicitado diretamente ao Ministério das Comunicações. A lista de documentos necessários pode ser encontrada na Portaria nº 1.898 de 2021. Não há site específico para o cadastro.

“Basicamente, a entidade deve entrar com um processo de cadastro de demonstração de interesse. Tudo eletrônico. A partir disso, entramos com um processo de outorga. Existe um padrão para cada tipo de rádio: comunitária, educativa e comercial. Cada uma com um processo diferente”, informou.

Semana Nacional das Comunicações

Desde a última segunda-feira (3), até o próximo domingo (9), os veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) publicam o Especial Conecta, com conteúdos sobre a Semana Nacional das Comunicações. O especial reúne reportagens sobre história das telecomunicações, 5G, Internet das Coisas, o impacto das novas tecnologias na educação e no agronegócio, entre outros temas.

Informações da Agência Brasil.