Crime
Jogador do América-MG é preso após racismo em jogo contra Operário
Racismo!
O caso ocorreu durante o primeiro tempo da partida
Miguelito, jogador do América Mineiro, foi solto após passar a noite na prisão por injúria racial. Ele foi liberado na tarde desta segunda-feira (5).
O meio-campista foi preso em flagrante por racismo durante o jogo contra o Operário, no Estádio Germano Krüger, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná.
O caso ocorreu durante o primeiro tempo da partida no domingo (04), quando Miguelito, ao passar por Allano, teria proferido uma expressão “preto do c#r#lho”. A vítima e o capitão do Operário, Jacy, denunciaram ao árbitro sobre o ocorrido.
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A partida ficou cerca de 15 minutos paralisada. Apesar da confirmação da ofensa por testemunhas, o árbitro afirmou que “nenhum integrante da equipe de arbitragem no campo de jogo viu e/ou ouviu tal incidente”.
A Justiça determinou a soltura do jogador do América-MG após a defesa apresentar argumentos favoráveis. No entanto, o caso segue em investigação.
Em nota, o América-MG afirmou que “confia na palavra de seu atleta” e repudia qualquer ato de preconceito. Veja na íntegra:
“O atleta Miguel Terceros, acusado de injúria racial durante a partida do último domingo (4,) contra o Operário, em Ponta Grossa, no Paraná, prestou depoimento e os esclarecimentos necessários junto à autoridade policial, negando a prática do delito, e retornar ainda hoje para Belo Horizonte.
O América confia na palavra de seu atleta e está oferecendo todo o suporte para auxiliá-lo neste caso.
O Clube reafirma seu compromisso inabalável no combate ao racismo. Esses valores são inegociáveis, e o América Futebol Clube repudia veementemente qualquer ato de preconceito e discriminação.”
O jogo Allano, vítima do racismo, afirmou que “o futebol, como a sociedade, precisa dizer basta ao racismo”. Veja a declaração:
“Venho, por meio desta nota, me manifestar sobre o episódio lamentável de injúria racial que sofri durante a partida entre Operário e América Mineiro, pelo Campeonato Brasileirão da Série B.
Infelizmente, mais uma vez, o racismo mostrou sua face cruel dentro de um espaço que deveria ser de celebração, respeito e igualdade. Ser ofendido pela cor da minha pele é algo doloroso, revoltante e, acima de tudo, inaceitável.
Não vou me calar. Não por mim apenas, mas por todos os que já passaram por isso e por aqueles que ainda lutam para que esse tipo de violência acabe de vez. O futebol, como a sociedade, precisa dizer basta ao racismo. Precisamos de justiça, responsabilidade e, sobretudo, empatia.
Agradeço ao Operário pelo apoio, aos meus companheiros de equipe, à minha família e a todos que têm se solidarizado comigo neste momento. A luta contra o racismo é de todos nós, e ela não vai parar enquanto houver injustiça”.