Segurança

Operação Força e Honra termina com policial rodoviário preso no Paraná

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Divulgação/AEN

O Ministério Público do Paraná, em conjunto com a Polícia Militar, deflagrou nesta segunda-feira (9) a segunda fase da Operação Força e Honra, que investiga diversos crimes de corrupção e desvio de bens apreendidos envolvendo policiais rodoviários estaduais no Noroeste do estado. Foram cumpridos um mandado de prisão preventiva contra um policial rodoviário estadual, além de um mandado um de suspensão do exercício da função e três de sequestro de veículos.

As investigações começaram em agosto de 2020 e apuram possíveis crimes de concussão, corrupção passiva, peculato, prevaricação, falsidade ideológica, lavagem de ativos e eventual receptação realizados por organização criminosa. Levantamento preliminar demonstrou incompatibilidade do patrimônio dos policiais – que chega a R$ 6 milhões – com seus rendimentos oficiais.

A Operação Força e Honra é conduzida no MPPR pelo núcleo de Umuarama do Grupo Especializado na Proteção do Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria) e pelo núcleo de Cascavel do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em conjunto com a Subcorregedoria da Polícia Militar de Maringá. Todos os mandados foram expedidos pelo Juízo da Vara da Auditoria da Justiça Militar do Paraná.

Tráfico de drogas

O novo mandado de prisão foi expedido porque as investigações apontaram o envolvimento do policial rodoviário com o tráfico de drogas. Na casa dele foram encontrados pouco mais de dois quilos de pasta-base de cocaína e um quilo haxixe durante a primeira fase da Operação.

De acordo com o MPPR, a droga teria sido desviada pelo policial durante duas apreensões de grande carga de substâncias entorpecentes no posto da Polícia Rodoviária de Cianorte.

É investigado principalmente o possível recebimento sistemático de propinas por parte de policiais rodoviários estaduais para permitirem a passagem de veículos transportando mercadorias de origem estrangeira sem o devido pagamento de tributos (descaminho) e, em outros casos, para facilitação do tráfico de drogas. Eventualmente, os policiais investigados liberariam infratores que não acertavam o pagamento de propina depois de ficarem com parte dos produtos, revendidos depois para empresas especializadas no comércio de equipamentos eletrônicos e outras.

Em muitas situações, os boletins de ocorrência eram registrados de modo genérico, para facilitar a apropriação das mercadorias apreendidas. Está sendo investigado também o possível favorecimento na indicação de policiais para trabalhar nos postos de fiscalização, em troca de repasse de propinas.