RACISMO É CRIME

Polícia já sabe quem é o suspeito de racismo no Athletiba que xingou o zagueiro Léo

Depoimento de suspeito que virou testemunha ajudou na investigação

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Foto: Reprodução/Clube Athletico Paranaense

O Prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel, confirmou ontem em suas redes sociais que a Polícia Civil já identificou suspeito de racismo no Athletiba, autor do crime de injúria racial cometido contra o zagueiro Léo, do Athletico, no estádio Couto Pereira.

A Delegacia Móvel de Atendimento a Futebol e Eventos (Demafe) tinha um suspeito inicial, que acabou se tornando testemunha do caso. A Polícia Civil, com base no depoimento do torcedor e em mais análises das imagens obtidas, acabou constatando que ele não estava envolvido com o ato. Na verdade, seu depoimento acabou colaborando com as investigações, já que o rapaz estava no mesmo setor do estádio.

O novo suspeito de ser o ‘racista do Atletiba’, cujo nome não foi revelado a pedido do advogado de defesa do torcedor coxa-branca, deve ser ouvido pela primeira vez ainda hoje.

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No Instagram, o Coxa deixou em letras garrafais o quanto “racistas não são bem-vindos no Couto”. O clube garante que o autor do crime será banido de seu estádio e, caso seja sócio-torcedor, será excluído do programa.

O Athletico tem usado a mesma rede social para reforçar essa luta. O clube jogou ontem na Ligga Arena contra o Cianorte pelo Campeonato Paranaense com todos os jogadores trajando o uniforme na versão preta com os dizeres “não ao racismo”.

Como parte dessa campanha de repúdio e conscientização, o Athletico ainda convida seus torcedores a levarem suas camisas à Loja Furacão para imprimir o mesmo “não ao racismo” de graça. Não foi divulgado se a ação é temporária ou permanente.

O zagueiro Léo, vítima do ataque racista do torcedor coxa-branca, protagonizou ainda o vídeo promocional “Ame o Athletico e odeie o racismo”. Na legenda, o clube faz questão de explicar que a campanha é “pelo Léo, por todos que sofrem e já sofreram e por uma sociedade antirracista”. Veja abaixo:

Racismo é crime e dá cadeia

O ato de injúria racial é crime no Brasil, determinado pela Lei nº 14.532, de janeiro de 2023, que equipara a injúria racial ao crime de racismo. A pena é reclusão de dois a cinco anos e multa, sendo um crime inafiançável e imprescritível.

Caso o crime seja cometido em locais públicos, redes sociais ou em atividades esportivas, artísticas e culturais, o autor da injúria pode ser proibido de frequentar tais locais por três anos após a condenação.