Segurança
‘Sheik dos Bitcoins’ é indiciado por cinco crimes; prejuízo passa de R$ 1 bi


Francisley Valdevino da Silva, nome verdadeiro do ‘Sheik dos Bitcoins’, foi indiciado pela Polícia Federal por cinco crimes. A estimativa é que o prejuízo causado pelas fraudes envolvendo criptomoedas tenha passado de R$ 1,1 bilhão, segundo a PF.
A investigação que levou à prisão dele e de outras cinco pessoas faz parte da Operação Poyais, deflagrada em outubro deste ano para apuração de crimes contra a economia popular e o sistema financeiro nacional, além de estelionato, lavagem transnacional de dinheiro e organização criminosa. O ‘Sheik’ está preso desde 3 de novembro, depois de descumprir medidas cautelares.
Além do ‘Sheik’, outras cinco pessoas também foram indiciadas. De acordo com a PF, a quadrilha comandada pelo suspeito agia no Brasil e no exterior promovendo fraudes usando diversas plataformas virtuais e empresas relacionadas a criptoativos e marketing multinível.
Como agia o grupo do ‘Sheik dos Bitcoins’
O grupo costumava agir pedindo recursos para as vítimas com a promessa de rendimentos superiores aos valores normalmente encontrados no mercado. Segundo divulgado pelos criminosos, os valores investidos seriam rentabilizados mediante atividades de trading com criptomoedas. A investigação da PF, no entanto, comprovou que nunca houve rentabilização dos recursos das vítimas.
Assim que os valores eram depositados nas contas e carteiras de criptoativos do grupo criminoso, os integrantes pegavam a maior parte do dinheiro para gastar com interesses particulares e usavam uma pequena porcentagem do valor para fazer o pagamento mensal das vítimas.
Os documentos apreendidos pela PF indicam que o dano provocado pela quadrilha passa dos R$ 583 milhões, mas a estimativa da PF é que o prejuízo tenha ultrapassado o valor de R$ 1,1 bilhão.
Sheik dos Bitcoins responde por cinco crimes
Francisley foi indiciado por formação de quadrilha, estelionato, obtenção de ganhos ilícitos em detrimento de número indeterminado de pessoas mediante processos fraudulentos, lavagem internacional de dinheiro e oferecimento de valores mobiliários sem registro prévio junto à autoridade competente.
O processo investigativo foi então encerrado e encaminhado ao Ministério Público Federal, que vai analisar as provas produzidas e o eventual oferecimento de denúncia para início de ação penal contra os indiciados.
No âmbito da Polícia Federal, ainda estão realizados procedimentos internos para futuro encaminhamento, em esfera judicial, dos bens apreendidos com os criminosos.