PARALISAÇÃO

Entregadores organizam ‘maior greve da história’ contra aplicativos de delivery: “Sem reajuste, sem entrega”

A greve está confirmada em 40 cidades de 18 estados

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Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Entregadores de todas as regiões do Brasil estão preparando um novo “Breque Nacional” por melhores condições de trabalho. A paralisação está prevista para acontecer entre os dias 31 de março e 1° de abril.

De acordo com a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), a mobilização reivindica reajuste nas tarifas pagas pelas plataformas. A greve dos entregadores tem o objetivo de atingir os principais aplicativos de delivery do Brasil.

O “Breque dos Apps” vai incluir manifestações, motociatas, carreatas e pedaladas em diversas cidades. Além das reivindicações, os entregadores pretendem denunciar práticas antissindicais das plataformas. “Em greves anteriores, ofereceram bônus para incentivar trabalhadores a seguir operando e fizeram ameaças de bloqueios e banimentos para desmobilizar da categoria”, diz a CSB.

Com uma campanha que viralizou nas redes sociais, a organização afirmou que será “o maior breque da história com alta adesão de trabalhadores da categoria”. As pautas centrais da greve dos entregadores são:

  • Aumento da taxa mínima para R$ 10;
  • Reajuste do valor por quilômetro rodado para R$ 2,50;
  • Limitação das rotas de bicicleta a um máximo de 3 km;
  • Pagamento integral da taxa por entrega, sem redução em pedidos agrupados por empresas como iFood.

Greve de entregadores contra aplicativos de delivery

Ainda conforme os organizadores, a greve dos motoboys está confirmada em 40 cidades de 18 estados. Entre os municípios, estão Belo Horizonte (MG), Cuiabá (MT), Florianópolis (SC), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA) e São Paulo (SP).

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“Foi prometido pelos aplicativos que nós teríamos liberdade, flexibilidade, autonomia, e isso nunca foi entregue, mas o preço nunca nem foi oferecido. Então está claro que não existe a menor possibilidade de a gente ser autônomo, quanto mais parceiro comercial […] O entregador pode perder uma perna trabalhando enquanto as empresas perdem um lanche”, afirma Nicolas Souza Santos, secretário da Associação dos Motoboys, Motogirls e Entregadores de Juiz de Fora (Ammejuf).

Os organizadores da paralisação justificaram, no vídeo da convocatória, a escolha da data da greve: “Primeiro de abril, o dia da mentira, vai ser o dia de desmascarar as mentiras dos aplicativos. Se não tem reajuste, não tem entrega”.

Segundo a CSB, as empresas rejeitaram as demandas dos trabalhadores após meses de reuniões. O grupo foi encerrado sem uma proposta, permanecendo o impasse que se estende até hoje.