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Influencer acusado de maus-tratos a macaco já foi preso por tráfico de armas

“Profeta Menor” pego em posse ilegal de animal silvrestre já foi preso. Em 2019, mentiu sobre sua identidade à polícia tentando escapar da prisão por comércio ilegal de armas

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Foto: Reprodução/Redes Sociais

Nesta semana, o Brasil se indignou com a notícia de que um influenciador chamado Tiago Cosme de Souza criava um macaco-prego ilegalmente e sob suspeita de maus-tratos em um apartamento na zona leste de São Paulo.

Só que este não é o primeiro ou único crime envolvendo o “Profeta Menor” das redes sociais: ele já esteve foragido e acabou preso por “comércio ilegal de armas” — sim, tráfico de armas.

O caso aconteceu em março de 2019 e, na época, foi divulgado pela própria Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, caindo na imprensa em seguida. 

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Mentiu a identidade para fugir da polícia

Em 22 de março de 2019, policiais militares do Rio de Janeiro abordaram um homem com atitude suspeita enquanto caminhava por um acesso rumo à Favela da Chatuba no Complexo da Penha, zona norte da capital. Na abordagem, Tiago informou ser pastor evangélico, mas mentiu sobre sua identidade, dizendo se chamar Fabrício Alves Sonegheti.

Já na 22ª DP (Penha), os policiais desconfiaram da versão dada pelo Profeta e decidiram cruzar dados com as polícias Civil e Rodoviária Federal do Espírito Santo. Essa troca de informações revelou o verdadeiro nome do rapaz: Tiago Cosme de Souza, então foragido da Justiça com mandado de prisão pendente e passagem policial por Divulgação/ Polícia Civil no estado do Espírito Santo.

Tiago, então, foi preso.

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Tiago Cosme de Souza peso por tráfico de armas em 2019 (Foto: Divulgação/Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro)

Posse ilegal de animal silvestre e maus-tratos

Agora, em janeiro de 2025, o influenciador se vê mais uma vez enrascado com a Justiça. Desta vez, com a polícia ambiental. Policiais da 2ª Delegacia do Meio Ambiente do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) averiguaram a denúncia de que um macaco-preso era mantido aprisionado em um cômodo fechado de um apartamento na Vila Formosa, em São Paulo capital, vivendo em condições condizentes com maus-tratos conforme diz a Lei  16.038/2022.

O animal de aproximadamente um ano de idade foi resgatado pelos policiais, sendo encaminhado ao Centro de Manejo e Conservação de Animais Silvestres (Cemacas) para tratamento e posterior reintrodução ao seu habitat natural, se estiver apto para tal. 

Em sua defesa, Tiago alegou que o macaco era “super bem tratado” e afirmou que “não existem maus-tratos”, apesar do flagrante inegável. Além disso, o influencer ainda admitiu ter comprado o animal por R$ 35 mil, “achando que era documentado”. 

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Agora, o Profeta Menor vai responder pelos crimes de posse ilegal de animal silvestre e maus-tratos aos animais

Como denunciar maus-tratos aos animais online e anonimamente

Na capital paranaense existe a Lei 16.038/2022, que garante os direitos dos animais contra maus-tratos e penaliza os autores da infração, considerada um crime contra o meio-ambiente. O agressor pode ser preso por maus-tratos.

Qualquer cidadão pode e deve registrar um boletim de ocorrência online no site da PCPR quando souber de animais vivendo em condições precárias, sendo abandonados ou agredidos. A lei protege animais domésticos, silvestres ou domesticados, tanto nativos quanto exóticos.

Também é possível denunciar maus-tratos aos animais anonimamente pelo Disque-Denúncia 181 via telefone ou site, pelo número 197 da PCPR, ou ainda diretamente para a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente de Curitiba, pelo telefone (41) 3251-6200.

O que são maus-tratos aos animais?

A resolução 1.236/2018 do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) define maus-tratos a animais como quaisquer atos que provoquem dor ou sofrimento desnecessários aos animais. 

São considerados maus-tratos atos como:

  • privação de bem-estar, incluindo falta de alimento ou de água
  • provocação de lesões físicas de qualquer tipo
  • criação em espaços muito pequenos ou em condições insalubres, com sujeira ou sem ventilação
  • abandono em locais públicos ou privados

Neste último caso, a denúncia é válida se o animal estiver sem cuidados que garantam seu bem-estar e sobrevivência, como em casos de o tutor estar viajando sem deixar o pet sob responsabilidade de outra pessoa no local.