Correios registram prejuízo bilionário e despesa recorde em 2024

correios-prejuizo-2024 — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O prejuízo dos Correios em 2024 foi de R$ 2,6 bilhões, conforme divulgado no Diário Oficial da União desta sexta-feira (9). O valor representa um aumento expressivo em relação ao ano anterior, cujo déficit foi de R$ 633 milhões após revisão contábil.

Segundo os Correios, apenas 15% das 10.638 unidades de atendimento operaram com superávit. A estatal destacou que garante o acesso universal de todos aos serviços postais, com tarifas justas.

A receita operacional dos Correios caiu para R$ 18,9 bilhões, o menor valor desde 2020, enquanto os custos subiram para R$ 15,9 bilhões — R$ 716 milhões a mais que no ano anterior. O principal aumento foi nas despesas com pessoal, que atingiram R$ 10,3 bilhões, impulsionadas por acordos coletivos e reajustes de benefícios.

Prejuízo dos Correios em 2024

As despesas gerais e administrativas somaram R$ 4,7 bilhões, o maior valor já registrado, crescendo R$ 655 milhões em relação a 2023. Já o resultado financeiro foi negativo em R$ 379 milhões, revertendo o desempenho positivo do ano anterior.

A consultoria independente Consult aplicou uma ressalva às demonstrações financeiras, destacando inconsistências nos critérios de mensuração dos passivos contingentes, principalmente os riscos judiciais, estimados em R$ 2,7 bilhões.

Mesmo com o prejuízo bilionário, os Correios afirmaram que manterão a estratégia de investimentos em tecnologia e sustentabilidade. Em 2024, foram aplicados R\$ 830 milhões em veículos e infraestrutura, incluindo:

50 furgões elétricos
3.996 bicicletas cargo com baú
2.306 bicicletas elétricas
1.502 veículos para renovação da frota

Déficit dos Correios em 2024 é o maior desde 2016

Outro fator relevante para o prejuízo dos correios em 2024 foi a queda na participação no mercado de frete internacional, devido ao fim da isenção de impostos para importações de até US$ 50 e à entrada de concorrentes. A estatal estimava arrecadar R$ 5,9 bilhões com encomendas internacionais, mas fechou com R$ 3,9 bilhões.

Para ampliar as receitas, os Correios anunciaram o lançamento de um marketplace próprio, além da criação de 200 unidades do “Correio Modular” e o credenciamento de 900 pontos de coleta em estabelecimentos comerciais.