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IPCA 2024: inflação supera teto e exige explicação do BC

Inflação oficial do Brasil atinge 4,83% em 2024, ultrapassando o teto da meta estabelecida e exigindo uma explicação formal do Banco Central.

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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), fechou o acumulado de 2024 em 4,83%, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (10).

O índice ultrapassou o teto da meta de inflação, definido em 4,5%, exigindo que o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, envie uma carta explicativa ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O que levou ao estouro da meta do IPCA em 2024?

Diversos fatores contribuíram para a alta no IPCA, conforme especialistas ouvido pela Folha. O preço dos alimentos, por exemplo, foi um dos fatores. Problemas climáticos reduziram a oferta de produtos essenciais e, com isso, os preços dispararam.

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Outra explicação para o estouro da meta foi a alta do dólar, segundo os estudiosos. Isso porque a alta da moeda incentivou as exportações, mas acabou afetando a oferta interna.

Além disso, a demanda aquecida e a melhora no mercado de trabalho também pressionou os preços, o que também pode ser apontado como justificativa para o estouro da meta.

IPCA de dezembro e previsões para 2025

No recorte mensal, a inflação acelerou para 0,52% em dezembro de 2024, acima da taxa de novembro, que foi de 0,39%. Para 2025, as projeções indicam um IPCA de 4,99%, segundo o boletim Focus.

Os analistas apontam alguns desafios para o controle da inflação neste ano, como o reajuste em tarifas públicas, a pressão nos preços da gasolina e o impacto do dólar elevado.

A partir de 2025, o Banco Central adotará o modelo contínuo para o controle do IPCA. Nesse sistema, a meta será considerada descumprida se o índice ficar fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos.