Política
Suplente de Deltan, Luiz Carlos Hauly toma posse na Câmara


O deputado federal Luiz Carlos Hauly (Podemos-PR) tomou posse nesta terça-feira (13) para assumir o cargo do deputado cassado Deltan Dallagnol, do mesmo partido. Antes da posse, o político de 72 anos que entra em seu oitavo mandato ‘conversou’ com uma estátua de Ulysses Guimarães, político que morreu em 1992.
Hauly garantiu que manterá o perfil de seus mandatos anteriores. “Eu defendo as ideias republicanas, e desenvolvimentistas, como sempre fiz, desde quando criei a Lei de Exportações, o Simples, o Supersimples, o MEI [Microempreendedor Individual], desde quando fiz a primeira lei de transparência de contas públicas do Brasil, então, meu mandato é dedicado aos meus eleitores resilientes, que ficaram comigo até essa altura da luta”, assegura.
Ele também tentou tranquilizar “os 430 mil eleitores do Podemos”, fazendo alusão à quantidade expressiva de votos do partido, a maioria deles para o parlamentar cassado Deltan Dallagnol. Ele lembrou que há divergência entre ele e o antigo ocupante do posto, mas reforçou os pontos convergentes, como “ordem, legalidade e constitucionalidade”.
Hauly teve 11.925 votos e entra no lugar do ex-procurador da Lava Jato, cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que foi eleito para a Câmara com 345 mil votos.
Hauly ‘conversa’ com estátua de Ulysses Guimarães
“Tô de volta. Peço permissão para voltar ao nosso trabalho, meu ídolo, meu querido amigo. Tive a honra de conviver contigo, tô aqui de volta. Conto com a sua iluminação”, disse Hauly ao monumento de Ulysses Guimarães (MDB) que fica no Salão Verde da Câmara, em frente à entrada do plenário.
Hauly foi eleito deputado federal pela primeira vez em 1990, mesmo ano em que Ulysses conquistou seu último mandato. Na legislatura anterior, ainda durante as eleições indiretas, foi o antigo membro do MDB foi o presidente da Câmara no processo da construção da Constituição de 1988.
Ulysses morreu em um acidente aéreo em 1992.
Hauly assume vaga de Deltan Dallagnol
Por unanimidade, o TSE cassou o mandato do ex-procurador da Lava Jato a partir de ação judicial do PMN e da frente partidária formada por PT, PC do B e PV.
Os partidos alegavam problemas na candidatura de Dallagnol, argumentando que ele não poderia ter pedido exoneração do Ministério Público Federal para disputar as eleições porque ainda respondia a processos internos.
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Depois de confirmada a cassação de Deltan, o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), acatou pedido do Podemos e alterou a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) sobre o destino da vaga de Dallagnol.
O TRE-PR tinha definido que o pastor Itamar Paim (PL-PR), de Paranaguá, ficaria com a vaga por ter atingido o quociente eleitoral. O STF teve um entendimento diferente e decidiu por maioria de votos destinar a vaga ao suplente do Podemos.