Policial
Governador reconhece excesso policial em abordagem na CIC; PM alega agressão e resistência


A Av. Raul Pompéia, na Cidade Industrial de Curitiba, foi palco de uma grande confusão no último final de semana. Os policiais da AIFU, a Ação Integrada de Fiscalização Urbana, abordaram alguns estabelecimentos e multaram uma hamburgueria por falta de álcool em gel e superlotação.
A dona do estabelecimento, identificada como Stephany, estava lendo as autuações quando percebeu que um de seus funcionários estava sendo arrastado para fora de casa. Ela passou a filmar a ação com o celular e neste momento, teve o aparelho derrubado por um tapa do Capitão Goulart.
Em seguida Stephany foi brutalmente agredida por um sargento, identificado como Alcir.
Veja a matéria do repórter Lucian Pichetti, veiculada no programa Primeiro Impacto PR, apresentado por Lucas Rocha:
Procurada pela Rede Massa, a Polícia Militar enviou a seguinte nota:
“A PM informa que a ação policial no local – Rua Raul Pompeia (que é conhecido pelas grandes aglomerações, consumo de drogas e perturbação), se deu devido às inúmeras denúncias e chamados por perturbação do sossego e da tranquilidade feitos por moradores daquela rua há algum tempo. Muitas destas reclamações, inclusive, foram veiculadas pela imprensa nas últimas semanas. A Operação de sexta (22/10) para sábado (23/10) no local resultou em 14 encaminhamentos, veículos irregulares recolhidos, dispersão de dezenas de pessoas, multas a estabelecimentos e veículos irregulares e, principalmente, mais tranquilidade à população de bem que reside naquela região.
A Polícia Militar do Paraná vai apurar as circunstâncias do fato (que é um fato isolado) citado na reportagem, no entanto vale ressaltar que, conforme consta em boletim de ocorrência, o policial militar foi agredido e, por isso, precisou usar de força gradativa para conter a mulher, que, inclusive, tentou impedir o encaminhamento de outra pessoa durante a ação policial.
As ações policiais para coibir a perturbação do sossego e da tranquilidade no local, bem como evitar crimes, vão continuar com o objetivo de levar segurança e paz à população que lá reside. A PM tem um planejamento a ser aplicado em resposta aos anseios da comunidade.
A Polícia Militar pede a quem sentiu-se ofendido pela ação policial para que procure a Corregedoria da Polícia Militar, canal oficial para registro de informações envolvendo policias militares, para formalizar o relato e levar o que tenha de informações para a apuração do fato. Caso a pessoa prefira, pode se dirigir a qualquer quartel da Polícia Militar para isso. ”
Questionado sobre o caso em um evento governamental, o governador do Paraná, Ratinho Junior, reconheceu o excesso na abordagem da vítima:
“O Governo do Estado, a Secretaria de Segurança e o comando da Polícia Militar, não admitem esse tipo de abordagem. Temos 25 mil homens e mulheres trabalhando na Polícia Militar, todos eles bem treinados e infelizmente um ou outro policial acaba tendo um excesso que não está dentro daquilo que é o treinamento do dia-a-dia, quando acontece isso, automaticamente o comando da Polícia Militar já passa isso para uma sindicância e os membros do conselho avaliam como foi essa abordagem e a punição acontece assim que comprovado (…) Houve excesso, o vídeo mostra parte do problema, mas o compromisso do Governo do Estado é dar o melhor treinamento aos policiais, este foi um ponto isolado. Com a responsabilidade da Secretaria de Segurança Pública e da Polícia Militar, a punição será avaliada”.