Educação no Paraná

Governo quer ampliar modelo das escolas cívico-militares no Paraná

Projeto de lei amplia a adesão de escolas integrais e profissionais ao modelo cívico-militar a partir de 2026.

escolas-civico-militares-no-parana-tempo-integral
Foto: Arquivo AEN/Albari Rosa

As escolas cívico-militares no Paraná poderão adotar o modelo em tempo integral e profissional a partir do ano letivo de 2026.

A proposta foi encaminhada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) nesta segunda-feira (20) e modifica a legislação que regulamenta o programa.

O projeto tem como objetivo ampliar as possibilidades de organização das unidades de ensino e fortalecer a política educacional do Estado, que já conta com a maior rede de colégios cívico-militares do Brasil.

Como funciona o modelo das escolas cívico-militares no Paraná

Implementado pela Secretaria de Estado da Educação (Seed) em 2020, o modelo cívico-militar combina a gestão civil com a presença de profissionais militares da reserva, que atuam como monitores, auxiliando na rotina escolar e na disciplina dos alunos.

LEIA TAMBÉM

Atualmente, o Paraná possui 312 colégios cívico-militares, que atendem cerca de 190 mil estudantes. As escolas foram incluídas no programa após consultas públicas realizadas junto à comunidade escolar.

Segundo o secretário da Educação, Roni Miranda, o modelo tem mostrado avanços significativos. “Esse é um modelo que atende uma solicitação de pais e professores e que se mostrou um acerto. Temos fila de solicitações e estamos trabalhando na legislação para ampliar as possibilidades do programa”, afirmou.

Resultados e desempenho das escolas cívico-militares

Os resultados mais recentes do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) reforçam o sucesso do modelo. As escolas cívico-militares do Paraná registraram notas acima da média estadual, com 5,43 nos anos finais do ensino fundamental e 4,75 no ensino médio — desempenho superior à média paranaense de 5,3 e 4,63, respectivamente.

Em relação ao Ideb de 2021, 64% das escolas que migraram para o modelo cívico-militar elevaram suas notas.

O impacto positivo também se reflete na participação dos alunos em programas educacionais. Dos 2 mil estudantes selecionados para o programa Ganhando o Mundo em 2025, 417 são oriundos de colégios cívico-militares, representando 20,6% do total.

Ensino integral e profissional também poderão aderir ao modelo

A proposta enviada à Alep prevê que escolas de tempo integral e profissionalizantes possam adotar o sistema cívico-militar. O objetivo é somar a jornada estendida e os projetos pedagógicos ao diferencial do modelo disciplinar e de gestão compartilhada.

Atualmente, o ensino integral está presente em 412 escolas estaduais, distribuídas em 228 municípios, atendendo mais de 80 mil alunos. A modalidade, que oferece nove horas diárias de atividades e cinco refeições, inclui aulas de esportes, tecnologia, cultura e projeto de vida.

Os resultados do Programa Paraná Integral confirmam o sucesso da estratégia: entre 2021 e 2023, as escolas integrais de ensino médio registraram crescimento de 18% na média do Ideb, o maior avanço do Brasil.

O ensino profissionalizante, outro foco da nova proposta, também vem em ritmo de expansão. O número de alunos matriculados saltou de 11,2 mil em 2021 para 50,2 mil em 2025, um aumento de quase 350% em quatro anos.

Critérios para adesão ao programa cívico-militar

De acordo com o texto, os municípios que desejarem aderir ao programa precisarão ter pelo menos duas escolas públicas estaduais. O projeto mantém a restrição para escolas noturnas, indígenas, quilombolas, itinerantes, de assentamentos rurais, conveniadas com APAE e de Educação de Jovens e Adultos (CEEBJAs).

A regulamentação atualizada também reafirma o compromisso do Estado com a transparência e a participação da comunidade na decisão sobre a adesão ao modelo.