Política
Justiça inicia julgamento da ex-deputada e pastora Flordelis nesta segunda-feira


Na última sexta-feira (4), a defesa da ex-deputada afirmou em entrevista coletiva, que a pastora foi agredida na prisão por agentes penitenciários. Segundo os advogados, a pastora foi torturada e extorquida pelos guardas após ser flagrada com um celular na cela, em maio deste ano. Em outubro, um policial penal encontrou dinheiro na genitália de Flordelis e telefones de advogados inscritos na parte interna da calça dela.
Ao lado de Flordelis, serão julgados os filhos Marzy Teixeira da Silva, André Luiz de Oliveira e Simone dos Santos Rodrigues, e a neta Rayane dos Santos Oliveira. Todos são acusados de participarem da morte do pastor Anderson do Carmo, marido de Flordelis, executado a tiros, em junho de 2019, na residência da família, em Niterói.
O crime que escandalizou o país é uma história cheia de reviravoltas, traições, envenenamentos, incestos e o envolvimento de muitos filhos. O casal tem 55 filhos, sendo 4 biológicos e 51 adotivos.
O SBT News revisitou aquele 16 de junho de 2019 para recontar o caso em uma série com cinco episódios: O Crime, As Investigações, Trajetória, Condenados e A Hora da Verdade. Levantamos detalhes do crime, tiramos dúvidas com especialistas, relembramos informações inéditas que os nossos jornalistas conseguiram ao longo das investigações. Trazemos um olhar mais aprofundado sobre o que passou e o que está por vir.
“Sem dúvida, esse é o crime. Um dos maiores crimes da história jornalística investigativa do Rio de Janeiro e de todo o Brasil, mas também da história de inquérito policial. Não estamos falando só do personagem Flordelis, que eu acho que é super emblemático. A gente está falando do marido de uma deputada, a deputada federal mulher mais votada no Rio de Janeiro em 2018”, analisa a apresentadora Isabele Benito, do SBT Rio.
Anderson do Carmo e Flordelis foram casados por 25 anos. Ele foi morto a tiros na garagem de casa, em Niterói, Região Metropolitana da capital fluminense, minutos após chegar de carro com a esposa. No mesmo dia, Flordelis afirmou que o pastor havia sido vítima de latrocínio, roubo seguido de morte.
“Eu só fui dar um passeio com o meu marido, mais nada, gente. Só um passeio e que acabou dessa forma, perdendo a vida pra tentar proteger a casa, proteger a família. Infelizmente, abriu o portão da garagem e ele tentou evitar que eles entrassem em casa. Ele sacrificou a vida dele para proteger a família”, disse Flordelis na época, cercada por uma multidão de jornalistas, fãs e curiosos.
No entanto, já no dia seguinte, logo após o enterro do corpo de Anderson do Carmo, a Polícia Civil prendeu Flávio dos Santos, filho biológico do primeiro casamento de Flordelis, ainda no cemitério. Um de seus irmãos adotivos, Lucas, foi preso horas depois. Naquela mesma semana, os dois confessaram participação no crime — Flávio, como o autor dos disparos, e Lucas, por ter comprado a arma do crime.
“Tanto jornalista policial quanto policial mesmo, quem acompanha polícia, já tem faro de perceber quando a história está estranha. Essa história, desde o começo, já tinha vindo estranha”, comenta o delegado Marcelo Carregosa.
Depoimentos de profissionais do SBT como a apresentadora Isabele Benito, os repórteres Caio Álex, Fabiano Martinez e Liane Borges, o atualmente apresentador da TV Jangadeiro (afiliada do SBT no Ceará) Fábio Barreto, associados a entrevistas com advogados de defesa, promotores e delegados que participaram das investigações e a trechos das centenas de horas de reportagens do acervo da emissora como a entrevista que Flordelis dá a Roberto Cabrini no programa Conexão Repórter fazem um grande painel sobre o caso.
Rodrigo Hornhardt, gerente de integração e planejamento de jornalismo do SBT, diz que “Trazer os bastidores do trabalho jornalístico para frente das câmeras, especialmente em um caso complicado como o de Flordelis, faz o espectador enfrentar os mesmos desafios que os jornalistas tiveram para acompanhar os desdobramentos das investigações”.
“Essa série continua com nosso esforço de produzir conteúdos focados no consumo nas plataformas digitais, ampliando o que fazemos para a TV Aberta”, complementa.
Diego Sangermano, gerente regional de jornalismo do SBT Rio, acrescenta: “O digital amplia o alcance de nossa produção e reforça a importância do trabalho do jornalismo do SBT na cobertura desse caso que parou o estado do Rio e o país”