Saúde

Interação medicamentosa: estudo revela os riscos da polimedicação

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Foto: Divulgação

O uso de diferentes tipos de medicamentos sem a adequada orientação farmacêutica e médica pode colocar em risco o tratamento e a saúde dos pacientes. Até 25% das reações adversas causadas pelo consumo simultâneo de diferentes fármacos têm relação com a utilização equivocada e as associações incorretas. Esse número pode ser até maior em grupos com deficiência física ou portadores de doenças crônicas.

“Os riscos da polimedicação e das interações medicamento-medicamento são altíssimos e, em muitos casos, levam as pessoas às emergências dos hospitais”. Quem alerta são os professores Fernanda Bovo, pós-doutorada em Ciências Farmacêuticas, e Nelson Morini Júnior, doutor em Engenharia Biomédica.

Docentes dos cursos de Saúde do UniCuritiba, os dois coordenam o projeto de extensão “Polimedicação em pacientes cadeirantes: um olhar diferenciado para os grupos vulneráveis”, que tem a participação de mais de 40 estudantes de graduação das áreas de Farmácia, Fisioterapia, Nutrição e Biomedicina.

O que é interação medicamentosa?

A interação medicamentosa, explica a doutora, ocorre quando o efeito de um medicamento é alterado devido ao uso concomitante de outro produto medicamentoso, podendo ser um remédio industrializado ou chás e plantas medicinais muito utilizadas pela população sem prescrição de profissionais capacitados.

Essa associação pode potencializar ou reduzir os resultados farmacológicos, alterando, nesses casos, a eficiência do tratamento. “As reações associadas a medicamentos estão entre os principais motivos de danos evitáveis à saúde em todo o mundo”, alerta a especialista.

Público vulnerável

O professor Nelson Morini Júnior explica que os cuidados com a polimedicação valem para todas as pessoas, mas os pacientes acamados, com doenças crônicas, idosos e deficientes físicos costumam necessitar de uma quantidade maior de medicamentos. “Esses pacientes costumam fazer uso de diversas medicações simultaneamente e, então, devem redobrar a atenção.”

Os principais cuidados de pacientes polimedicamentados envolvem as interações entre diferentes fármacos, o prazo de validade, o modo correto de tomar cada medicação e os horários adequados – geralmente longe de refeições, pois existem também medicamentos que interagem com alimentos. A orientação é tomar a medicação com pelo menos 250 ml de água.

As formas de armazenamento também são importantes para a melhora terapêutica. As caixas de medicamentos não podem ficar expostas à luz ou à umidade. A automedicação é outro risco, assim como a troca de medicações. O ideal é não deixar as caixas ou frascos juntos, o que favorece confusões como tomar duas vezes o mesmo medicamento e deixar de tomar outro.