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Metanol em bebidas alcoólicas: Abrabar dá dicas para bares e consumidores

Especialistas afirmam que o produto pode causar danos irreversíveis ao fígado, cérebro e nervo óptico, podendo levar à cegueira ou até à morte.

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Foto: Reprodução/Freepik

Os casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas têm preocupado autoridades e especialistas em todo o Brasil, especialmente após ocorrências graves em São Paulo, mas até o momento não foram registrados casos no Paraná.

De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar), o estado deve ficar em alerta, já que o Paraná é rota de contrabando de bebidas vindas da Argentina e do Paraguai, o que aumenta o risco de circulação de produtos adulterados.

Casos de metanol em bebidas alcoólicas não foram registrados no Paraná

O metanol, substância altamente tóxica e proibida para uso em bebidas, foi identificado como agente contaminante nos casos de São Paulo. Especialistas afirmam que o produto pode causar danos irreversíveis ao fígado, cérebro e nervo óptico, podendo levar à cegueira ou até à morte.

O presidente da Abrabar, Fábio Aguayo, destacou que, em junho deste ano, foi protocolado na Assembleia Legislativa do Paraná um projeto de lei que cria o selo “Bebida Legal” para estabelecimentos que comercializem apenas produtos com procedência conhecida e comprovada. O projeto está em tramitação nas comissões da Assembleia e pode ser votado em Plenário ainda nesta semana.

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“Com esse projeto, o Estado contará com uma lei que garante a identificação da procedência das bebidas alcoólicas comercializadas e consumidas no Paraná”, afirmou Aguayo.

Metanol em bebidas alcoólicas: veja como prevenir

Dados da Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD) indicam que 36% dos destilados vendidos no país são adulterados, enquanto um estudo da Euromonitor aponta que o Brasil deixou de arrecadar R$ 28 bilhões em 2024 devido ao mercado ilegal de álcool.

A Abrabar e o Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP/SENACON) recomendam que bares, restaurantes, distribuidoras e estabelecimentos do setor de bebidas adotem medidas rigorosas de prevenção, como:

  • Adquirir produtos apenas de fornecedores formais, com CNPJ ativo e nota fiscal válida;
  • Conferir lotes, rótulos e lacres ao receber mercadorias;
  • Isolar e bloquear lotes suspeitos em caso de adulteração;
  • Notificar imediatamente Vigilância Sanitária, Procon, Polícia Civil e Ministério da Agricultura;
  • Orientar consumidores sintomáticos a buscar atendimento médico e registrar denúncias.

A Polícia Civil do Paraná informou que não há registro de casos de intoxicação por metanol no estado nos últimos anos, mas que atua continuamente na investigação e apreensão de bebidas falsificadas, com treinamentos específicos para identificação de rótulos e lacres adulterados.

Casos de contaminação por metanol foram registrados em São Paulo

Em São Paulo, foram confirmados sete casos de contaminação por metanol em bebidas alcoólicas, com cinco mortes, uma já comprovada por consumo de bebida adulterada e quatro ainda em investigação. 

O governo estadual interditou bares e apreendeu 50 mil garrafas suspeitas, além de investigar a origem do metanol utilizado nas adulterações. Segundo o governador Tarcísio de Freitas, não há evidência de envolvimento de facções criminosas, e a adulteração parece ocorrer por pessoas que fraudam bebidas de forma independente.

Para mais informações sobre saúde, acesse o Massa.com.br.