Saúde

Retinoblastoma: saiba o que é e como diagnosticar

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Foto: Sociedade Goiana de Pediatria

Após o apresentador Tiago Leifert e a jornalista Daiana Garbin contarem que a filha do casal, Lua, de 1 ano, está com um câncer raro nos olhos, o assunto tem sido bastante comentado e procurado.

Chamado de retinoblastoma, esse câncer ocular é raro e mais comum entre as crianças. Ele corresponde a cerca de 3% dos casos.

De acordo com a médica especialista em oftalmologia, Claudia Del Claro,  o retinoblastoma é um tumor da retina que pode vir por origem genética e, por isso, se manifesta muito cedo. “Estes são os casos bilaterais e ocorrem por uma mutação do gene RB1 e, por isso, aparecem nos primeiros doze meses de vida. A outra forma são os esporádicos e nestes dois genes sofrem mutações e aparecem por volta dos 24 meses de vida. É uma doença da primeira infância, onde mais de 90% dos casos são identificados em crianças de 5 anos”, explica.

É um tipo de tumor que atinge a retina e um dos principais sintomas é a leucoria, que é um reflexo branco na pupila que pode ser percebido ao irradiar luz artificial no globo ocular.

Esse reflexo pode ser percebido já nos primeiros dias de vida do bebê, por isso é importante que pais e pediatras estejam atentos para a importância de diagnósticos precoces de doenças oculares.

Se diagnosticado precocemente, tratamentos podem evitar que o retinoblastoma tenha maiores complicações. Muitos hospitais já realizam o chamado Teste do Reflexo Vermelho (TRV), capaz de detectar distúrbios de opacidade na visão do bebê, mas não de inspecionar o fundo do olho para identificar patologias, como o retinoblastoma.

Nesses casos, existem tecnologias para suprir essa falta do TRV, como é o caso do RetCam, um aparelho responsável por realizar um exame mais detalhado do globo ocular do bebê, conhecido como o teste digital do olhinho.

“A suspeita diagnóstica de retinoblastoma se inicia com o exame na consulta, com a dilatação do fundo dos olhos, em seguida o paciente é submetido a ultrassonografia, onde já é possível ter um grande indício de que o tumor tem características de retinoblastoma, pois aparecem as calcificações. No terceiro passo, a criança é levada ao centro cirúrgico para realização de um procedimento sob sedação – o exame com RetcCam,  um retinógrafo com uma câmera, que faz todo o mapeamento do tumor, como o tamanho e localização – se ele está somente na retina ou já atingiu outras estruturas oculares”, diz a médica.

O RetCam permite detectar, de maneira precoce, os mais diversos problemas de visão, principalmente, o retinoblastoma, e com a vantagem de ser minimamente invasivo.

“Após o diagnóstico, se a doença for restrita somente ao olho, se inicia o tratamento com quimioterapia aplicada diretamente dentro do olho, através da artéria oftálmica, e a cada mês é realizado o exame com o RetCam para acompanhamento da evolução do tratamento. Por isso o RetCam é uma tecnologia fundamental, que hoje permite o diagnóstico precoce e o acompanhamento do tumor ao longo do tratamento. Com isso, as chances de cura do câncer são de 90% a 98%”, finaliza a especialista.