Saúde

Entenda se a vacina da influenza protege contra a gripe K

A imunização segue eficaz para prevenir formas graves da doença

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Autoridades de saúde confirmaram a identificação, no Brasil, de uma nova variante do vírus influenza, popularmente chamada de gripe K. O registro ocorreu a partir da análise de uma amostra feita no fim de novembro por laboratórios de referência do país, incluindo o Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Laboratório Central do Estado do Pará (Lacen-PA).

O material analisado pertence a uma mulher adulta, estrangeira, que chegou ao país vinda das ilhas Fiji. O episódio foi classificado como caso importado e, até o momento, não há indícios de que a nova variante esteja circulando ou sendo transmitida localmente no Brasil.

Apesar disso, o surgimento da gripe K levantou dúvidas entre a população, especialmente sobre a eficácia da vacina para gripe K e das vacinas contra a influenza disponíveis atualmente nos postos de saúde.

Vacina continua sendo a principal forma de proteção

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ainda não há dados suficientes para medir com precisão o nível de proteção da vacina para gripe K de forma específica. No entanto, análises preliminares realizadas a partir de casos registrados no Reino Unido indicam que a imunização segue eficaz para prevenir formas graves da doença, sobretudo em pessoas mais vulneráveis, como idosos, crianças e indivíduos com comorbidades.

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Em comunicado oficial, a OMS reforçou que, mesmo quando há diferenças genéticas entre os vírus em circulação e as cepas usadas na vacina, a imunização sazonal contra a gripe continua sendo uma das estratégias mais importantes de saúde pública, especialmente para reduzir internações e complicações.

Estimativas da entidade apontam que a vacina atual foi capaz de evitar de 70% a 75% das hospitalizações entre crianças e adolescentes, e de 30% a 40% entre adultos, nos cenários avaliados.

Especialistas reforçam importância da imunização

A pesquisadora Paola Resende, do Laboratório de Vírus Respiratórios do Instituto Oswaldo Cruz, responsável pela identificação do caso no Brasil, destaca que a recomendação é clara: é fundamental se vacinar.

Segundo ela, mesmo quem não participou da última campanha nacional deve procurar uma unidade de saúde para receber a dose disponível, já que a vacina para gripe K, embora não específica, oferece proteção relevante contra quadros graves. A pesquisadora também lembra que a composição da vacina é revista anualmente e que, para o próximo ano, a formulação recomendada pela OMS já prevê cepas mais próximas do subclado K.

Entenda o que é a gripe K

O vírus influenza, causador da gripe, é dividido em quatro tipos: A, B, C e D. Os tipos A e B são os principais responsáveis pelas epidemias sazonais, especialmente durante o inverno.

O influenza A, por sua vez, possui vários subtipos, definidos pelas combinações das proteínas H e N presentes na superfície do vírus. Atualmente, os subtipos mais comuns em circulação no mundo são o H1N1 e o H3N2.

A chamada gripe K é, na verdade, um subclado do H3N2, identificado tecnicamente como J.2.4.1. Essa variação genética é considerado natural no ciclo evolutivo do vírus, o que explica a necessidade de atualização constante das vacinas contra a gripe.

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