Segurança
Aumento no valor da conta de luz provocou inadimplência recorde em 2021
A inadimplência da conta de energia elétrica foi recorde no ano de 2021. Quase 40% das famílias de baixa renda atrasaram o pagamento da luz por pelo menos um mês.
A recicladora, Marilene dos Santos, que ganha R$ 60 por semana, parou de usar o fogão a gás economiza na luz. Mesmo assim, a conta de energia é cerca de R$ 40 por mês. No ano passado, Marilene ficou cinco meses em atraso.
“As vezes quer comer algo a mais, tomar um refri, mas não dá pq luz e água são prioridades”, conta a reciladora.
Pressionado pela escassez de água, o preço da energia elétrica residencial subiu 21% no ano passado, o dobro da inflação de 2021, de 10,06%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado disso foi um recorde da inadimplência entre as famílias de baixa renda, aquelas com renda mensal de até meio salário mínimo R$ 606 por pessoa.
O índice de inadimplência dos mais pobres foi quase o dobro da média nacional (22%) envolvendo todos os tipos de moradias. No ano passado, 700 mil casas de famílias de baixa renda tiveram cortes e suspensões temporárias de energia.
“Não interessa pras distribuidoras e concessionárias ter essas pessoas inadimplentes, devendo (…) então o que a gente aconselha também pra essas pessoas que procure a concessionária para renegociar, pra não ter esse bem cortado”, afirma o consultor de energia do Instituto Brasileiro de Defesa ao Consumidor, Clauber Leite.
Segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), há 12 milhões de famílias inscritas no Cadastro Único beneficiadas pela tarifa social, que dá descontos de até 75% na conta de luz, mas 11 milhões não sabem que têm este direito e podem ser incluídas no programa.
Informações de SBT News