Desdobramentos do caso

Diretora culpa professora por criança autista amarrada em cadeira

Diretora afirmou que cada educadora era responsável por sua própria criança durante depoimento.

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Foto: reprodução

O caso da criança autista amarrada em uma cadeira, em uma escola particular de Araucária, na Grande Curitiba, ganhou novos fatos com o depoimento da diretora da escola à polícia.

Durante relato ao delegado, a responsável pela escola afirmou não ter conhecimento dos fatos e declarou que a responsabilidade por cada criança era das professoras.

Diretora diz que não sabia sobre criança amarrada na cadeira

Afastada para tratamento de saúde, a diretora da Escola Shanduca reforçou que não tinha ciência das situações ocorridas na unidade.

Segundo ela, as professoras eram encarregadas dos alunos, e os casos de maus-tratos e tortura denunciados seriam de total responsabilidade delas.

A diretora ressaltou que a escola era especializada no atendimento de crianças com autismo e outras necessidades especiais.

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Ainda em sua declaração, afirmou que já havia demitido funcionárias anteriormente por não tratarem os alunos de forma adequada.

Sobre a alimentação dos estudantes — também alvo de investigações — a diretora afirmou que o cardápio era elaborado por uma nutricionista, considerando as necessidades específicas de cada criança.

Em relação ao uso de medicamentos, explicou que nenhum fármaco era ministrado na escola, exceto quando havia atestado médico com prescrição formal.

Por fim, relatou estar sofrendo represálias após a repercussão do caso. Disse que a casa dela chegou a ser apedrejada e que atualmente está hospedada na residência de uma mãe que a acolheu.

Defesa dos pais das crianças amarradas rebate diretora: “Negou de maneira dissimulada”

A defesa dos responsáveis pelas crianças autistas amarradas afirma que os maus-tratos eram recorrentes na escola.

Mesmo com a diretora alegando desconhecimento dos casos, a defesa sustenta que ela mantinha contato direto e diário com as professoras, inclusive durante o afastamento para cirurgia.

Os advogados dos pais reforçam que seguirão reunindo provas para garantir que a diretora e os demais profissionais da escola sejam responsabilizados judicialmente.

Relembre o caso da criança amarrada na cadeira na Escola Shanduca

A Guarda Municipal de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, foi acionada para atender uma denúncia anônima de maus-tratos em uma escola particular.

No local, os agentes encontraram um menino autista de 4 anos, com grau 3 de autismo e não verbal, amarrado a uma cadeira dentro do banheiro. Ele estava imobilizado com cordas, barbantes e uma cinta, e chorava sem conseguir se soltar.

A professora responsável foi presa em flagrante e confessou ter imobilizado o aluno alegando que ele estaria “muito agitado”. Ela foi autuada por maus-tratos, e o caso gerou forte comoção local.

Autoridades mostraram que o menino já havia sido amarrado em outras ocasiões, inclusive em diferentes salas da escola e com roupas diferentes, o que reforçou a tese de que os maus-tratos eram recorrentes.

O Ministério Público do Paraná se mobilizou e solicitou à Justiça a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, a fim de proteger outras crianças matriculadas na mesma instituição.

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Caso de criança autista amarrada na cadeira não teria sido o único

Na audiência de custódia, a Justiça decidiu pela liberação da professora, com o uso de tornozeleira eletrônica. Ela responderá ao processo em liberdade, sob medidas cautelares.

Enquanto isso, novas denúncias surgiram contra a mesma escola:

  • Uma menina de 3 anos foi encontrada com as mãos amarradas e em possível estado de sedação;
  • Outra criança teria tido álcool em gel introduzido na boca para evitar que mordesse colegas.

A Polícia Civil iniciou uma investigação mais ampla, com possibilidade de indiciamento de outros profissionais da escola por omissão.

O caso também foi levado à Assembleia Legislativa, com parlamentares pedindo punição exemplar e revisão dos protocolos educacionais.

O Conselho Tutelar de Araucária aplicou medidas protetivas à vítima e orientou a família na transferência do menino para uma unidade da rede municipal.

A escola, por sua vez, retirou seus perfis das redes sociais e ainda não se manifestou publicamente.

Para mais informações sobre segurança, acesso o Massa.com.br.

Com supervisão de Toni Casagrande.