Denúncia grave

Falso psicólogo: homem é acusado de exercício ilegal da profissão em Curitiba

A Polícia Civil investiga a denúncia de um falso psicólogo que estaria atuando em Curitiba. Ele teria separado casais e é acusado de isolar uma mulher da família para extorquir dinheiro.

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A polícia civil investiga um homem suspeito de atuar ilegalmente como psicólogo em Curitiba. A investigação descobriu que ele atendia pacientes mesmo sem ter concluído o curso de psicologia. O homem foi alvo de uma operação que apreendeu documentos e carimbos de uso profissional em nome do suspeito.

Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos endereços ligados ao investigado. De acordo com a polícia, foram apreendidos o celular dele, um notebook e diversos documentos que comprovam que o suspeito atuava como falso psicólogo antes mesmo de começar a faculdade. Todo o material foi encaminhado para uma perícia.

Luis Carlos Aragão Pereira foi denunciado pela família de uma das vítimas atendidas por ele. A mulher tinha um problema psiquiátrico grave e havia sido internada inúmeras vezes. “Depois de uma briga em casa, ele sugeriu à família que ela saísse de casa. Ele se responsabilizou por cuidar do psicológico dela e de encontrar um abrigo ou um hotel pra ela ficar” – afirma o delegado Tiago Dantas. Convencido de que esta seria a melhor saída para ela, o pai da vítima concordou em pagar todas os custos do tratamento, hospedagem e alimentação da filha.

De acordo com a família, o suspeito de atuar como falso psicólogo orientou o pai a não manter mais contato com a filha e isolou a mulher da família. A partir daí, segundo a denúncia, ele passou a pedir cada vez mais dinheiro aos familiares dela.

Outros atendimentos reforçam a suspeita do exercício ilegal da psicologia

A polícia também aponta a atuação do suspeito em outros atendimentos como prova do exercício ilegal da psicologia. “No primeiro momento, ele fazia atendimento individual e, na sequência, ele convidava o companheiro da pessoa pra fazer uma terapia de casal” – conta o delegado. “E no decurso dessa terapia, ele fazia o atendimento isolado de uma das pessoas e compartilhava aquelas informações, que eram conferidas a ele, com a outra pessoa.”

O resultado deste procedimento que desrespeita a ética da psicologia teria sido desastroso. “Esses relacionamentos acabaram, chegaram ao fim. Os casais se detestavam no final das contas”- conta Tiago Dantas.

Os atendimentos eram realizados em um consultório no bairro Rebouças, região central de Curitiba. Luis Carlos Aragão Pereira foi levado para a delegacia e prestou depoimento, mas vai responder ao processo em liberdade com o uso de tornozeleira eletrônica.

A polícia acredita que, com as investigações, mais vítimas do homem vão aparecer.

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Defesa diz que atuação do suspeito não era ilegal

O advogado de defesa do homem suspeito de atuar como falso psicólogo dia que o cliente jamais exerceu a profissão de modo irregular. Segundo Heitor Bender, Luiz está inscrito no Conselho Regional de Psicologia desde janeiro deste ano. “Durante a graduação, ele realizou atendimentos na condição de psicanalista, tinha formação de psicanálise e poderia exercer a atividade livremente” – afirma Bender.

O advogado diz que o motivo ainda é obscuro. Ele acredita que o cliente foi acusado por causa da “insatisfação de algum paciente que acabou induzindo outras pessoas em erro e que estão denunciando o Luiz”. Ele diz que vai apresentar provas assim que tiverem acesso ao inquérito policial.

Conselho Regional de Psicologia orienta pacientes

O Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR) informou que é possível verificar se um profissional está habilitado para atuar como psicólogo. Basta consultar o Cadastro Nacional de Profissionais da Psicologia.