Golpe

Gabigol e Kannemann têm identidades falsificadas em esquema milionário

Com os documentos fraudulentos, os golpistas abriam contas em instituições financeiras

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Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro / Lucas Uebel/Grêmio

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu, nesta terça-feira (24), em Curitiba, o líder de uma organização criminosa que aplicava golpes financeiros por meio da falsificação de documentos de jogadores de futebol, incluindo Gabriel Barbosa, o Gabigol, atualmente no Cruzeiro, e o argentino Walter Kannemann, do Grêmio. O nome do suspeito não foi divulgado.

A operação foi deflagrada em Curitiba e em Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana. Ao todo, sete ordens judiciais estão sendo cumpridas: cinco mandados de busca e apreensão e dois de prisão temporária. A investigação apura crimes de estelionato eletrônico, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

De acordo com o delegado Thiago Lima, o grupo falsificava documentos de identidade usando dados reais de jogadores profissionais — que, à época do crime, atuavam no Flamengo e no Grêmio —, mas com fotografias de cúmplices. Os criminosos utilizavam as imagens para driblar os sistemas de autenticação de bancos digitais, que exigem selfies no momento da abertura de contas.

Quadrilha desviou R$ 1 milhão em salários de Gabigol e Kannemann

Com os documentos fraudulentos, os golpistas abriam contas em instituições financeiras e solicitavam a portabilidade de salário em nome das vítimas. O esquema, segundo a polícia, gerou um prejuízo estimado de R$ 1,2 milhão — sendo R$ 800 mil desviados com os dados de um jogador e R$ 400 mil com os de outro.

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As próprias instituições bancárias notaram movimentações suspeitas e acionaram as autoridades. A investigação revelou que os valores desviados eram rapidamente espalhados entre diversas contas para dificultar o rastreamento e favorecer o repasse da quantia entre vários envolvidos.

Durante o cumprimento dos mandados, a polícia apreendeu mais de 15 celulares, documentos falsificados, inclusive cédulas de identidade em branco, além de materiais que podem indicar novas vítimas — inclusive pessoas comuns, sem ligação com o esporte.

O líder do grupo, preso em Curitiba, é apontado como o responsável por manter as contas fraudulentas e movimentar os valores. Ele já possuía antecedentes criminais por estelionato eletrônico. Segundo a PCPR, a quadrilha estava em atividade desde agosto de 2024.

Paralelamente, a Polícia Civil de Rondônia também executa mandados contra a mesma organização em outros estados. As investigações apontam que o grupo atuava em diferentes regiões do país, com ramificações identificadas em Rondônia, Mato Grosso e Amazonas.

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