Indígenas são resgatados de condições análogas à escravidão

Uma operação da Auditoria-Fiscal do Trabalho resgatou 57 pessoas, sendo 46 indígenas da etnia Guarani Kaiowá, de condições análogas à escravidão em Itambé, no norte do Paraná.

Operação resgata indígenas de condições análogas à escravidão

Segundo o órgão, os indígenas resgatados haviam deixado suas aldeias no Mato Grosso do Sul após receberem a promessa de emprego em uma usina de açúcar em São Pedro do Ivaí.

O contrato havia sido intermediado por uma empresa terceirizada.

Indígenas resgatados viviam sem salário e em condições precárias

De acordo com a Secretaria de Inspeção do Trabalho, os indígenas resgatados estavam sem alimentação, transporte e itens básicos de higiene. Eles também não recebiam salário, não tinham registro em carteira e não haviam feito exames admissionais.

O alojamento onde viviam apresentava acúmulo de lixo e falta de espaço adequado. Um dos trabalhadores chegou a ser hospitalizado após ser picado por uma aranha.

Para conseguir se alimentar, o grupo dependia de doações da comunidade local.

Empresa e usina serão responsabilizadas

Os auditores-fiscais constataram que houve trabalho escravo contemporâneo tanto por parte da empresa terceirizada quanto da usina contratante.

Em negociação com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Polícia Federal (PF), a usina se comprometeu a pagar todas as verbas salariais e rescisórias.

A Secretaria de Inspeção do Trabalho informou que também apura responsabilidades criminais e danos morais coletivos. Os indígenas resgatados devem retornar às aldeias nos próximos dias.

Como denunciar trabalho escravo

Casos de trabalho análogo à escravidão podem ser denunciados pelo Sistema Ipê, plataforma da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

A denúncia pode ser feita de forma anônima e basta inserir o máximo de informações sobre o caso para que as autoridades possam iniciar a investigação.