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Inquérito aponta falhas e equipamentos antigos em explosão na Enaex

Polícia Civil encerra inquérito sobre a explosão na Enaex e descarta crime, mas aponta falhas na gestão de segurança.

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Foto: SESP

A Polícia Civil do Paraná (PC-PR) concluiu o inquérito da explosão na fábrica da Enaex, em Quatro Barras, e revelou falhas sistêmicas de segurança e o uso de equipamentos obsoletos.

Polícia conclui inquérito da explosão na Enaex no Paraná

O acidente aconteceu na madrugada de 12 de agosto, em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). A tragédia deixou nove trabalhadores mortos e sete feridos.

Segundo a investigação, não houve indícios de crime doloso ou culposo, mas o relatório destacou problemas na gestão de riscos que podem ter contribuído para a explosão na fábrica.

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Inquérito da explosão na Enaex descarta responsabilidade criminal

De acordo com a delegada Gessica Andrade, responsável pela investigação, não foi possível identificar condutas individuais que causaram o acidente.

“Conseguimos apontar falhas na estrutura, no processo e em algumas violações de segurança, mas sem identificar uma pessoa específica como responsável”, explicou.

A investigação analisou depoimentos de funcionários, imagens de câmeras de segurança, mensagens corporativas, e-mails institucionais e relatórios técnicos da empresa.

O levantamento indicou um ambiente de trabalho dependente de ações manuais e ajustes improvisados, além do uso de soluções paliativas para contornar falhas operacionais.

Laudo técnico indica causas prováveis da explosão

O laudo pericial da Polícia Científica do Paraná (PCI-PR) identificou o epicentro da explosão no Edifício 44, setor onde era produzido o booster, um impulsionador explosivo feito com pentolite, mistura de nitropenta e TNT.

As análises sugerem que o acidente foi provocado pelo atrito entre as pás do misturador e o material parcialmente solidificado devido às baixas temperaturas da manhã do acidente.

O frio intenso, associado à falha no controle térmico e a um ajuste de torque elevado, teria gerado energia suficiente para iniciar a detonação.

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Falhas estruturais e possíveis responsabilizações

O inquérito da explosão na Enaex apontou ainda que a unidade 44 operava com equipamentos antigos e corroídos, e que a empresa enfrentava recorrentes dificuldades no controle térmico da produção.

Relatos de funcionários e documentos internos revelaram um processo de trabalho rudimentar, com dependência excessiva da ação humana e ausência de automação adequada.

Apesar de descartar crime, a Polícia Civil destacou que a empresa pode ser responsabilizada nas esferas trabalhista, cível e administrativa.

Tragédia deixou nove mortos e sete feridos

A explosão na Enaex ocorreu por volta das 5h50, quando os trabalhadores preparavam o material para transporte. A área atingida tinha cerca de 25 metros quadrados, onde eram armazenados produtos altamente explosivos.

As nove vítimas fatais eram funcionários da Enaex Brasil:

Outros sete colaboradores ficaram feridos e receberam atendimento médico após o acidente.

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