7 anos depois...

Ex-PM que matou quatro mulheres e fugiu para os EUA é extraditado

Ex-policial Kleber Giglio Norberto volta ao Brasil após extradição dos EUA e responde em liberdade por atropelar e matar quatro mulheres na Linha Verde.

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Foto: Rede Massa / Arquivo

O ex-policial militar Kleber Giglio Norberto, acusado de atropelar e matar quatro mulheres na Linha Verde, em Curitiba, em 2018, retornou ao Brasil no último sábado (14) após ser extraditado dos Estados Unidos, onde ficou preso por seis meses devido a irregularidades migratórias.

Kleber Giglio Norberto retorna ao Brasil após extradição

Na última segunda-feira (16), ele se apresentou voluntariamente à Justiça no Paraná e, agora, responde ao processo em liberdade, sob medidas cautelares.

O caso envolvendo Kleber Giglio Norberto aconteceu em julho de 2018, quando ele, então policial militar, conduzia uma viatura da PM a 138 km/h pela canaleta exclusiva de ônibus da Linha Verde, em Curitiba.

Segundo as investigações, ao tentar desviar de um pedestre, o veículo subiu na calçada e atingiu um ponto de ônibus, onde estavam quatro mulheres:

  • Elizandra Maltezo Araújo Lustosa
  • Vergínia Gouvea
  • Fabiana Maria da Silva
  • Franciele Aparecida dos Santos

Duas vítimas morreram no local e outras duas morreram no hospital.

O laudo do Instituto Médico-Legal (IML) confirmou que, no momento da colisão, a viatura ainda estava a cerca de 74 km/h, mesmo após perder velocidade ao bater no meio-fio. Confira o momento do acidente:

O relatório também apontou que os policiais não atendiam a nenhuma ocorrência e não utilizavam sirene ou giroflex no momento do acidente.

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Kleber Giglio Norberto foi incluído na lista da Interpol

Após a tragédia, Kleber Giglio Norberto desertou da Polícia Militar e se mudou para os Estados Unidos, onde passou a trabalhar na construção civil.

Em 2019, o Ministério Público do Paraná (MPPR) formalizou uma denúncia contra ele por homicídio doloso qualificado, com base no conceito de dolo eventual, quando o motorista assume o risco de causar mortes.

A Terceira Promotoria de Justiça de Crimes Dolosos Contra a Vida solicitou, então, a inclusão do nome de Kleber na lista de foragidos da Interpol. Ele foi detido em território norte-americano por violar regras de imigração e permaneceu preso até ser extraditado para o Brasil.

Ex-PM se apresenta à Justiça no Paraná

Ao chegar ao Brasil, Kleber Giglio Norberto ficou detido no Ceará, mas obteve um alvará de soltura. Nesta segunda-feira (16), ele se apresentou pela primeira vez presencialmente no Tribunal do Júri de Curitiba, acompanhado de sua advogada.

Durante declaração à imprensa, Kleber afirmou que não estava foragido, pois acompanhava o processo de forma virtual enquanto vivia na casa de familiares nos EUA.

Agora, ele permanece no Brasil, aguardando a decisão da Justiça sobre as próximas etapas do processo. Existe a possibilidade de que ele responda em liberdade, monitorado por uma tornozeleira eletrônica.

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O que diz a defesa de Kleber Giglio Norberto

O advogado de defesa declarou que a prisão nos Estados Unidos foi equivocada, já que Kleber acompanhava os trâmites legais do processo remotamente.

Ainda segundo a defesa, o ex-PM se colocou à disposição da Justiça brasileira e vai colaborar com o andamento do processo relacionado às quatro mortes na Linha Verde.