Segurança
Mineradora Vale paralisa atividades próximas à barragem em Mariana
A mineradora Vale informou nesta sexta-feira (4) que paralisou a operação de trens que circulam em um dos ramais da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM). A medida foi adotada em atendimento a uma decisão do Ministério da Economia, através da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Minas Gerais (SRTE-MG). O órgão determinou a interdição de atividades em áreas próximas à barragem Xingu, da Mina Alegria, em Mariana, Minas Gerais.
Segundo nota divulgada pela Vale, a paralisação das operações dos trens impedirá o escoamento do material proveniente da Usina Timbopeba, em Ouro Preto (MG).
Por esta razão, a produção da unidade será temporariamente interrompida. A mineradora estima que haverá um impacto de 33 mil toneladas de finos de minério de ferro por dia. Também haverá queda na produção da Mina de Alegria, estimada em 7,5 mil toneladas por dia.
A barragem Xingu está, neste momento, em nível de emergência 2, em uma escala que vai até 3. “Não há risco iminente de ruptura, seguindo inalteradas as condições de segurança da estrutura. A barragem Xingu é monitorada e inspecionada diariamente por equipe técnica especializada e está incluída no plano de descaracterização de barragens da empresa. A zona de autossalvamento permanece evacuada, não havendo a presença permanente de pessoas na área”, afirma a mineradora.
O Ministério da Economia informou em nota que a interdição foi determinada para verificação do risco de rompimentos na Mina Alegria. “Após a análise documental e inspeção in loco, realizada no dia 20 de maio, foi constatado que a barragem Xingu não apresenta condições de estabilidade, com alguns fatores de segurança para situações não drenadas inferiores a 1,0″, diz a pasta.
A Vale chegou a solicitar autorização para que fossem mantidas as atividades que utilizassem o acesso interno para trânsito de veículos e para circulação de trens no trecho da EFVM que se encontra na zona de autossalvamento. Os documentos que a mineradora apresentou, no entanto, não foram suficientes para comprovar a eliminação do risco de ruptura, o que coloca em dúvida a segurança do acesso de trabalhadores.
Desde a tragédia de Brumadinho, que deixou 270 mortos após o rompimento de uma barragem da Vale em janeiro de 2019, houve um grande aumento do número de barragens interditadas no país e especialmente em Minas Gerais.
Informações da Agência Brasil