Segurança

Pena de morte: preso nos Estados Unidos será executado por asfixia

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Foto: Alabama Department of Corrections

Um homem condenado à pena de morte nos Estados Unidos pelo assassinato de uma mulher passará por uma execução inédita no país: a asfixia por nitrogênio.

Em 2022, Kenneth Smith sobreviveu à primeira tentativa de execução, por injeção letal, e nesta quinta (25) deverá se tornar o primeiro homem asfixiado com nitrogênio. O método é considerado controverso e tem gerado a revolta de entidades defensoras dos direitos humanos.

Nessa forma de pena de morte, uma máscara é colocada no rosto do condenado, forçando o preso a respirar nitrogênio puro. Esse tipo de execução já foi autorizado em três estados norte-americanos: Alabama, Mississipi e Oklahoma.

Entidades internacionais têm criticado a decisão da justiça, classificando o método como “cruel e desumano”. A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou nota considerando a asfixia por nitrogênio como tortura.

“Estamos preocupados que a hipóxia por nitrogênio resulte em uma morte dolorosa e humilhante”, diz o relatório.

Pena de morte nos Estados Unidos

A maior parte das execuções nos Estados Unidos é feita com injeção letal de barbitúrico, substância que afeta o sistema nervoso central.

Alguns estados estão com problemas para obter esses produtos porque uma lei da União Europeia proíbe as farmacêuticas de venderem esse tipo de medicamento a estabelecimentos prisionais.

Com isso, vários estados tentam recorrer a outros tipos de penas de morte para os condenados.

Pena de morte por asfixia com nitrogênio

O centro desta polêmica é Kenneth Smith, de 58 anos, condenado à morte pelo assassinato de uma mulher em 1988. O marido dela, que encomendou o crime, se suicidou pouco tempo depois. Em 2022, ele sobreviveu a uma tentativa de execução por injeção letal.

Smith ficou horas amarrado a uma maca enquanto os policiais tentavam encontrar uma veia para aplicar a dose. A operação foi suspensa, quando a sentença judicial expirou, e o preso voltou para sua cela.

Após a falha, a defesa de Smith recorreu à Justiça alegando que o condenado desenvolveu transtornos pós-traumáticos devido à tentativa de execução e pediu a anulação da pena de morte por asfixia com nitrogênio sob a alegação de que o método viola a Constituição americana.