Segurança

Serviços do Brasil têm maior queda em um ano em março e voltam a ficar abaixo do nível pré-pandemia

Consumidores fazem compras em rua comercial do Rio de Janeiro
Consumidores fazem compras em rua comercial do Rio de Janeiro

(Corrige títulos para esclarecer que setor volta ao nível abaixo do patamar pré-pandemia)

Por Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) – O volume de serviços no Brasil voltou a contrair em março e no ritmo mais forte em quase um ano depois de dois meses de ganhos, voltando a ficar abaixo do patamar pré-pandemia pressionado pelo recrudescimento da Covid-19 e por medidas mais rigorosas de isolamento no país.

Com o Brasil se tornando epicentro mundial da pandemia, o volume de serviços teve em março queda de 4,0% na comparação com o resultado de fevereiro, leitura foi mais fraca desde a queda de 11,9% vista em abril de 2020.

O resultado foi pior do que expectativa em pesquisa da Reuters de recuo de 3,2% e, com o sinal negativo no mês, o setor volta a ficar abaixo do nível pré-pandemia depois de tê-lo superado em fevereiro pela primeira vez.[BRSERM=ECI]

“Com esse revés agora, o setor volta a ficar abaixo do nível pré-pandemia em 2,8%”, explicou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo. “Novamente o setor foi afetado por decretos que limitaram a atuação de serviços como hotéis, restaurantes, salões, parques de diversão, alojamento, bares e afins.”

Ainda assim, o primeiro trimestre terminou com alta de 2,8% no volume de serviços sobre os três meses anteriores.

Na comparação com março de 2020, houve alta de 4,5%, contra expectativa de avanço de 3,4%, diante da base fraca vista em março e abril do ano passado, no ápice dos impactos da pandemia na atividade econômica do Brasil. O resultado positivo acontece após doze taxas negativas seguidas nesta comparação.

O mês de março de 2021 foi marcado por picos no número de mortes no Brasil por conta da Covid-19, bem como novos fechamentos de negócios em várias localidades.

Altamente dependente do contato físico, o setor ainda sente a pressão do desemprego elevado e da inflação.

Entre as cinco atividades pesquisadas, três tiveram queda no mês. O destaque ficou para o recuo de 27% em serviços prestados às famílias, a taxa negativa mais intensa desde abril de 2020 (-46,5%).

Também tiveram perdas transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-1,9%) e de profissionais, administrativos e complementares (-1,4%).

“(As medidas mais restritivas para contenção da pandemia) foram menos impactantes do que em março de 2020, mas suficientes para fazer o setor de serviço recuar e voltar ao patamar pré-pandemia”, explicou Lobo. “Março teve perdas importantes, assim como no começo da pandemia em 2020”.

Por outro lado apresentaram ganhos em março os setores de informação e comunicação (1,9%) e de outros serviços (3,7%).

O índice de atividades turísticas, por sua vez, registrou retração de 22,0% em março frente ao mês anterior, maior queda desde abril de 2020 (-54,5%). O segmento, que vinha mostrando recuperação entre maio de 2020 e fevereiro de 2021, precisa agora crescer 78,7% para retornar ao patamar de fevereiro do ano passado.

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