Segurança

STF mantém liminar que suspende emendas de relator com placar final de 8 a 2

Plenário do Supremo Tribunal Federal
REUTERS/Adriano Machado

Por Lisandra Paraguassu e Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli acompanhou o voto da ministra Rosa Weber e encerrou o julgamento que suspendeu, por liminar, o pagamento das chamadas emendas de relator em 8 votos favoráveis e dois contrários.

Toffoli foi o último ministro a votar, na linha para impedir o uso das emendas de relator, instrumento de distribuição de recursos que tem sido chamado de “orçamento secreto” diante da dificuldade de rastrear os beneficiários dos repasses.

Apenas Gilmar Mendes e Nunes Marques apresentaram votos contrários à liminar dada pela ministra em ação movida pelo PSOL.

Na decisão, Rosa Weber determinou a suspensão do pagamento das emendas e a publicidade dos valores distribuídos, parlamentares beneficiados e uso dos recursos. A maioria no julgamento virtual foi formada na terça.

A ação ainda terá o mérito apreciado pelo plenário do STF.

A decisão do STF de confirmar a liminar suspendendo as emendas, em ação apresentada por partidos de oposição, foi dada no momento em que parlamentares oposicionistas acusam o governo de estar recorrendo a esses recursos para garantir votos a favor da PEC dos Precatórios.

Na noite de terça-feira, a Câmara aprovou a PEC em segundo turno de votação. A proposta seguiu para o Senado e a expectativa é que seja votada pela Comissão de Constituição e Justiça e pelo plenário até o final de novembro.

O governo busca a aprovação da emenda para garantir espaço fiscal a fim de viabilizar o Auxílio Brasil, programa social substituto do Bolsa Família.

O presidente Jair Bolsonaro, os presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já rechaçaram publicamente a alegação de que as emendas de relator sejam um orçamento secreto.

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