grave
Homem que vendia atestados médicos falsos é preso
Ressarcimento do INSS
Beneficiários com valores descontados indevidamente terão o reembolso automático junto ao pagamento dos benefícios até 6 de junho.
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) vai restituir R$ 292,7 milhões a aposentados e pensionistas prejudicados por descontos ilegais em suas aposentadorias. O reembolso será feito a partir de 26 de maio, e os valores estarão disponíveis até 6 de junho, diretamente na folha de pagamento dos benefícios.
Esses valores correspondem a mensalidades associativas debitadas indevidamente, mesmo após o bloqueio determinado pelo governo. O problema ganhou notoriedade após investigações apontarem a existência de um esquema nacional de descontos não autorizados.
Segundo o INSS, todos os aposentados e pensionistas que tiveram valores descontados em abril, mesmo com autorização, serão ressarcidos. A devolução acontece após a operação conjunta da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), que revelou irregularidades no sistema de repasses a sindicatos e associações.
O instituto afirma que os recursos, embora descontados, não chegaram às entidades, pois foram bloqueados a tempo. Com isso, o valor poderá ser devolvido diretamente ao segurado, sem necessidade de solicitação formal.
LEIA TAMBÉM
A partir de 14 de maio, cerca de 9 milhões de pessoas serão notificadas pelo aplicativo Meu INSS e pela Central 135. Elas poderão verificar se houve desconto não autorizado e contestar o débito.
O processo é simples: o beneficiário acessa o sistema, verifica o desconto e, caso não reconheça o vínculo com a associação ou sindicato, poderá recusar o desconto com apenas um clique. Não é necessário apresentar documentação.
Se contestado, o INSS notificará a entidade responsável, que terá 15 dias úteis para comprovar a filiação e a autorização do desconto. Caso contrário, o caso será encaminhado para a Advocacia-Geral da União (AGU), que poderá tomar medidas judiciais.
A Operação Sem Desconto, deflagrada em abril, revelou fraudes em acordos de cooperação firmados entre o INSS e entidades de classe. A investigação levou à exoneração do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e ao afastamento de quatro dirigentes e um policial federal.
Desde então, todos os acordos com sindicatos e associações foram suspensos, interrompendo os descontos automáticos em folha.
A AGU formou um grupo especial para recuperar valores desviados e ressarcir os beneficiários afetados. Já foram bloqueados R$ 1 bilhão em bens dos investigados e a Justiça foi acionada para ampliar o bloqueio em mais R$ 2,56 bilhões.
LEIA TAMBÉM
Os descontos em folha para associações começaram em 1991, mas os abusos se intensificaram a partir de 2016. Em 2023, ultrapassaram R$ 1,2 bilhão, chegando a R$ 2,8 bilhões em 2024.
Entre janeiro de 2023 e maio de 2024, o INSS recebeu mais de 1,1 milhão de pedidos de cancelamento, a maioria por falta de autorização.
O governo federal prometeu que todos os prejudicados serão ressarcidos, inclusive com uso de dinheiro público, caso os bens bloqueados sejam insuficientes.
CONTEÚDOS RELACIONADOS
Educação digital
Gastronomia curitibana
FALTA DE ÁGUA
FALTA DE LUZ