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Florestas plantadas e tecnologia: o salto do Paraná para a silvicultura do futuro

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Foto: Sara Cheida/Itaipu Binacional

O Paraná se consolidou como uma das principais potências florestais do país. Segundo o Departamento de Florestas Plantadas (Deflop), a produção florestal paranaense é estratégica tanto pelo volume quanto pela diversidade. O estado lidera no cultivo de pinus e se destaca na produção de erva-mate, unindo tradição e inovação no campo.

De acordo com o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), o valor bruto da produção florestal estadual cresceu 207% nos últimos dez anos, confirmando o Paraná como vice-líder nacional. O avanço se apoia em uma combinação de tecnologia, pesquisa genética e mecanização que vem transformando o setor.

Hoje, satélites, drones, colheitas mecanizadas e softwares de análise são ferramentas cada vez mais presentes no dia a dia do manejo florestal, permitindo monitorar pragas, prevenir desmatamento e otimizar recursos.

O caso Itaipu: restauração florestal de alta tecnologia

A Itaipu Binacional é protagonista em conservação ambiental e tecnologia aplicada às florestas. A hidrelétrica mantém 34 mil hectares de áreas de conservação no lado brasileiro, incluindo uma faixa de proteção de 210 metros ao redor do reservatório, que se estende por 1.345 quilômetros entre Foz do Iguaçu e Guaíra.

As áreas são resultado de um processo de restauração florestal iniciado há mais de 40 anos, com o plantio de espécies nativas da Mata Atlântica. Diferentemente dos plantios comerciais, as chamadas “florestas plantadas” da Itaipu Binacional têm finalidade ambiental: proteger as margens do reservatório, conservar a biodiversidade e garantir a qualidade da água.

Para a gestão e manutenção da extensa área, a Itaipu Binacional vem aplicando tecnologias de ponta:

  • Drones e imagens de satélite: monitoramento técnico de plantios recentes e do estado geral da vegetação.
  • Ferramentas de geoprocessamento (SIG): coleta de dados e apoio à tomada de decisões sobre manejo.
  • LiDAR (sensoriamento a laser): em fase experimental, avalia biomassa, crescimento da floresta e quantifica carbono estocado.

Os recursos complementam o inventário florestal tradicional, ainda realizado em campo para validação e calibração dos métodos digitais. A meta é tornar o monitoramento contínuo mais rápido, preciso e econômico.

Prevenção e mudanças climáticas

O uso de sensores e drones também ajuda a identificar pragas, doenças e risco de incêndios. Segundo engenheiros florestais da Itaipu, o monitoramento precoce permite ações rápidas e reduz os danos ambientais.

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Além disso, a floresta atua como sumidouro de carbono, absorvendo CO₂ da atmosfera e contribuindo para mitigar mudanças climáticas. A proteção das margens do reservatório evita erosão e sedimentação, preservando a qualidade da água e a estabilidade do sistema hidrelétrico.

Pesquisa, biodiversidade e comunidade

A Itaipu investe em projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D), como o inventário florestal realizado em parceria com a Embrapa Florestas, que avalia estoque de carbono, diversidade de espécies e interação com a fauna. Já foram registradas 358 espécies nativas — quase três vezes mais que o número original de árvores plantadas, mostrando o sucesso da regeneração natural.

Outros estudos, em parceria com universidades, mapeiam a biodiversidade nos refúgios da empresa e já renderam prêmios nacionais, como o reconhecimento do MAPBiomas em 2024.

No campo social, as atividades de restauração e monitoramento geram empregos e movimentam a cadeia produtiva de mudas em comunidades próximas ao reservatório. As áreas também oferecem usos múltiplos: turismo, pesca, lazer e educação ambiental.

Desenvolvimento sustentável

Ao integrar ciência, tecnologia e conservação ambiental, a Itaipu mostra como as florestas plantadas podem ser ferramentas estratégicas para o desenvolvimento sustentável.

No Paraná, o movimento se soma ao avanço da silvicultura comercial de pinus e erva-mate, formando um cenário no qual produção, pesquisa e preservação caminham juntas.

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