Descoberta Marinha

Lula colossal é filmada pela primeira vez em águas profundas

Lula colossal é flagrada pela primeira vez nas águas profundas da Antártica. Espécie pode chegar a 7 metros e pesar até 500 quilos.

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Foto: Reprodução/Schmidt Ocean Institute

Uma lula colossal (Mesonychoteuthis hamiltoni), considerada o invertebrado mais pesado do planeta, foi filmada pela primeira vez em seu habitat natural nas águas profundas do Oceano Antártico.

Lula colossal pode atingir 7 metros e 500 quilos

A gravação inédita foi realizada por cientistas do Instituto Oceânico Schmidt durante uma expedição perto das Ilhas Sandwich do Sul, no Atlântico Sul, ao norte da Antártica.

A criatura filmada era uma lula-colossal juvenil, com cerca de 30 centímetros, cor quase translúcida, oito braços alaranjados e dois longos tentáculos. Mesmo jovem, já impressiona pelo aspecto exótico e porte.

A espécie é conhecida por seu tamanho extremo: pode medir até 7 metros de comprimento e pesar cerca de 500 quilos. Ao contrário da lula gigante, que habita várias partes do oceano, a lula colossal vive exclusivamente nas águas antárticas.

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Registro foi feito durante o Censo Oceânico

A captura da imagem aconteceu em março, durante uma missão científica embarcada que faz parte do Censo Oceânico, projeto internacional que reúne centenas de cientistas com o objetivo de documentar novas espécies marinhas.

Segundo a pesquisadora Jyotika Virmani, diretora do Instituto Oceânico Schmidt, o registro revela o quanto a biodiversidade do oceano profundo ainda é desconhecida.

“As imagens mostram o quão pouco vimos dos magníficos habitantes do Oceano Antártico”, declarou Virmani.

Primeiro registro em águas profundas

A identificação da lula colossal foi feita por Kathrin Bolstad, especialista em cefalópodes da Universidade de Tecnologia de Auckland, na Nova Zelândia.

De acordo com ela, espécimes anteriores haviam sido vistos mais próximos da superfície, geralmente ao caçarem ou quando capturados por embarcações pesqueiras. Esta é a primeira vez que a espécie é flagrada em águas profundas, seu ambiente típico.

A Mesonychoteuthis hamiltoni foi oficialmente descrita em 1925, a partir de dois exemplares parciais encontrados no estômago de um cachalote, próximo às Ilhas Shetland do Sul.

Desde então, a espécie se manteve envolta em mistério, sem registros visuais de um exemplar vivo até agora.